qual utilidade dos carboidratos?

Os carboidratos da dieta exercem grande efeito sobre a concentração de gordura do leite, principalmente devido à alteração do padrão de fermentação ruminal .
Os carboidratos da parede celular (celulose e hemicelulose) estão mais relacionados com a produção de ácido acético e butírico pelas bactérias ruminais, enquanto que os carboidratos do citoplasma (solúveis) estão mais relacionados com a produção de ácido propiônico.

Os ácidos graxos constituintes da gordura do leite, com até 16 carbonos, são sintetizados pelas células secretoras a partir do ácido acético e butírico. Os ácidos graxos com mais de 16 carbonos são obtidos diretamente do sangue, oriundos da dieta ou da mobilização das reservas corporais.Sendo assim, o teor de gordura do leite possui relação positiva com a concentração molar de ácido acético e butírico no rúmen, e possui relação negativa com a concentração de ácido propiônico. As modificações dietéticas que afetam a fermentação ruminal incluem a concentração de carboidratos não estruturais na dieta (ou relação volumoso:concentrado), e o tipo de carboidrato oferecido.
Relação volumoso:concentrado
Em geral, o aumento do concentrado da dieta ocasiona maior produção de propionato, maior produção de ácido lático, redução no pH ruminal, e menor produção de acetato no rúmen. A queda do pH pode levar a diminuição da atividade das bactérias celulolíticas, afetando a digestibilidade da fibra.
A mudança no padrão de fermentação pode levar a um decréscimo no teor de gordura do leite. Entretanto, para que o ácido propiônico exerça efeito significativo sobre o teor de gordura deve estar em porcentagem molar maior do que 25% (Linn 1991).
Existe uma relação positiva entre a taxa molar Acetato/Propionato e o teor de gordura do leite (Figura 1). Ocorre um aumento linear na gordura do leite à medida que a taxa Acetato/Propionato cresce até 2,2. Acima de 2,2 ocorre pequeno aumento no teor de gordura do leite (Linn, 1991).
A relação volumoso:concentrado crítica, levando em conta os fatores acima citados, parece ser de 40:60. Abaixo desta relação o acréscimo do concentrado pode levar a reduções drásticas no teor de gordura do leite (Tabela 2). Um teor mínimo de 22% de FDA na matéria seca da dieta seria necessário para a manutenção do teor de gordura do leite (Sutton, 1989).
O tamanho da fibra também é importante para a determinação do teor de gordura do leite. Fibras de tamanho extremamente reduzido podem diminuir o estímulo à ruminação e à produção de saliva, diminuindo o pH ruminal e aumentando a concentração de propionato, levando à produção de leite com menores teores de gordura (Emery, 1991 - Tabela 3).
O tamanho médio mínimo de partículas de forragem para prevenir a queda do teor de gordura do leite parece se situar entre 0,6 a 0,8 cm. Abaixo deste valor pode ocorrer queda substancial do teor de gordura do leite (Sutton, 1989).
Outro fator indireto do propionato sobre o teor de gordura do leite seria, segundo Emery (1991), seu efeito sobre a secreção de insulina. Por ser glucogênico, estimularia a secreção de insulina e o desvio de acetato da glândula mamária para o tecido adiposo, uma vez que o tecido secretor da glândula mamária não é sensível a insulina, diminuindo o aporte energético. No entanto, estudos recentes (Neville e Picciano, 1997) demonstraram que vacas submetidas a altos níveis plasmáticos de insulina não apresentaram alteração na síntese de gordura do leite.
Estes autores em trabalho de revisão sugerem que ácidos graxos trans podem ser responsáveis pela redução do teor de gordura do leite. Certas dietas, ricas em grãos, resultariam em hidrogenação incompleta do C18:2 e aumentariam a absorção de trans-C18:1. Apesar de não haver evidências diretas para este fato, os autores sugerem que o trans-C18:1 poderia reduzir a atividade da esteril-CoA desaturase, acetil-CoA carboxilase e acil transferases nas células secretoras, causando depressão da neosíntese de ácido graxos e da incorporação de ácidos graxos aos triglicerídeos (que compõem 98% da gordura do leite) (Neville e Picciano 1997).
Ao contrário do efeito sobre o teor de gordura do leite, o aumento no consumo de energia digestível, devido ao maior fornecimento de concentrados na dieta, leva a maior fermentação ruminal, maior produção de ácido propiônico, maior produção de proteína microbiana e aumento no teor de proteína do leite.
O aumento no teor de proteína do leite ocorreria devido a maior disponibilidade de precursores glucogênicos no sangue (propionato), diminuindo a necessidade de gluconeogênese a partir de aminoácidos (glutamato), aumentando a disponibilidade dos aminoácidos para a síntese protéica na glândula mamária.
Emery (1978) reportou um aumento de 0,015% no teor de proteína do leite para cada megacaloria adicional de energia líquida consumida.
Tipo de carboidrato
A presença de concentrados ricos em amido na dieta está frequentemente associada à diminuição no teor de gordura do leite. O amido promove uma rápida fermentaçãoruminal, decréscimo do pH ruminal e aumento na produção de propionato. Quanto mais processado for o grão de milho, maior será a taxa de fermentação ruminal e maior o seu efeito sobre o teor de gordura no leite.
Cereais com maior digestibilidade ruminal, como a cevada, possuem um efeito ainda mais pronunciado sobre o teor de gordura do leite do que o milho.
Concentrados ricos em pectina, altamente fermentáveis no rúmen, como a polpa de citros, podem ser utilizados em substituição ao amido como forma de manter um ambiente ruminal mais estável. A fermentação ruminal da pectina leva a maior produção de ácido acético do que a fermentação do amido. O caroço de algodão é outro alimento concentrado que possui efeito de fibra que pode ajudar a manter o teor de gordura do leite em dietas com alta proporção de concentrados.

A alimentação com mais carboidratos prontamente fermentáveis usualmente promove um pequeno aumento no teor de proteína do leite devido a maior produção depropionato no rúmen (Emery 1991).
Gordura Dietética
A gordura dietética pode afetar o teor e a composição da gordura do leite. Devemos considerar três aspectos quanto a gordura dietética, sua quantidade, sua composição em ácidos graxos, e sua forma física.
Quantidades moderadas de gorduras protegidas tendem a gerar um pequeno aumento na concentração de gordura do leite, mas grandes quantidades ou o uso de gorduras insaturadas, frequentemente provocam queda de até um ponto percentual no teor de gordura do leite (Sutton, 1989).
A queda no teor de gordura do leite ocorre devido à ação ruminal dos ácidos graxos insaturados sobre os microrganismos do rúmen, diminuindo a digestibilidade da fibra e a produção de ácido acético. Na tabela 9 vemos que os efeitos são extremamente variáveis e dependem dos demais componentes da dieta, além da fonte lipídicautilizada.
A substituição de fontes de carboidratos fermentescíveis no rúmen por fontes lipídicas insaturadas leva a menor produção de AGV's total e consequente menor produção de proteína microbiana. A menor produção de AGV's no rúmen leva a maior gluconeogênese a partir de aminoácidos, diminuindo o teor de proteína do leite (Wu &Huber, 1994).
Além deste aspecto, o uso de gorduras protegidas ou saturadas pode aumentar o fornecimento de compostos carbônicos (ácidos graxos e acetato) para a célula secretora, aumentando a eficiência de produção de leite por litro de sangue (Cant et al. 1993).
A presença de ácidos graxos oriundos da dieta pode alterar a composição da gordura do leite. O uso de gorduras insaturadas protegidas aumenta a proporção de ácidos graxos insaturados de cadeia longa na gordura do leite (linolêico). A suplementação com gorduras saturadas (sebo animal) pode aumentar a proporção de ácido palmitolênico, esteárico e oléico na gordura láctea (Linn, 1989).
Proteína Dietética
O teor de proteína dietética possui pequeno efeito sobre o teor de gordura do leite. O aumento no teor de PB da dieta que leve a um aumento na produção de leite, está, geralmente, relacionado a um decréscimo no teor de gordura do leite devido a um efeito de diluição.
Em dietas com alta proporção de volumosos, o acréscimo no teor de PB pode levar a melhor ambiente ruminal para as bactérias celulolíticas, aumentando a produção de ácido acético no rúmen, e conseqüentemente, maior porcentagem de gordura no leite (Oldham, 1984).
Também, quanto ao teor de proteína do leite, a proteína dietética possui pequeno efeito, estando mais ligada à produção total de proteína do que com sua concentração.
Quantidades insuficientes de proteína na dieta levam a redução no teor de proteína do leite. No entanto, o aumento da proteína na dieta acima do nível necessário não ocasiona um aumento no teor de proteína do leite.
Tamponantes e outros aditivos
A manutenção do pH ruminal aumenta a produção de acetato relativo ao propionato. O uso de bicarbonato de calcio e óxido de magnésio tem sido associado com a manutenção do teor de gordura do leite em dietas ricas em concentrados, especialmente quando o volumoso é a silagem de milho (Linn, 1989).
O fornecimento de niacina (vitamina B3) tem sido relacionado com uma maior atividade microbiana podendo ocasionar pequenos aumentos na produção de proteína microbiana (Riddell et al, 1981). Em alguns casos, o seu fornecimento pode aliviar o decréscimo no teor de proteína do leite de dietas com suplementação de gordura (Horner et al., 1986). Emery (1991) relata que o fornecimento de niacina pode aumentar o teor de gordura do leite.
O uso de ionóforos (monensina) está relacionado com o decréscimo na porcentagem de gordura do leite. Os ionóforos aumentam a produção de propionato no rúmen, aumentando a produção de leite e diminuindo o teor de gordura do mesmo (Ramanzin et al., 1997).
Tem aumentado o uso de substâncias promotoras de crescimento naturais, a exemplo dos aditivos contendo microrganismos vivos e seus metabólitos, usados para melhorar a eficiência produtiva dos animais. O objetivo deste radar é introduzir esse conceito, descrevendo os mecanismos potenciais de ação e discutir o potencial de aplicação desses aditivos na nutrição de ruminantes.
Microbiologia do intestino
Antes do nascimento, as crias são estéreis dentro do ventre de suas mães. Entretanto, após o nascimento, o trato digestivo de todos os animais são naturalmente colonizados por uma variedade de microrganismos presentes no meio ambiente. Em condições saudáveis e não estressantes, uma microflora benéfica coloniza o rúmen e o intestino em uma relação de simbiose com o hospedeiro. Como benefícios dessa simbiose, os microrganismos suprem nutrientes para o hospedeiro, o ruminante. Portanto, o rúmendos bovinos, ovinos, caprinos, bubalinos e demais ruminantes, não desenvolvem todas as suas funções caso o animal, quando ainda jovem, seja removido e colocado em ambiente isento de microrganismos. Também, animais isentos de microflora no trato gastro-intestinal são mais susceptíveis a infecções bacterianas, presumivelmente devido ao rápido estabelecimento do patógeno. Portanto, essas afirmações demonstram que a colonização microbial do sistema digestivo é necessária para o normal desenvolvimento e bem estar animal.
Microrganismos fornecidos diretamente no alimento
O conceito original para fornecimento de microrganismos no alimento envolve a administração de uma grande quantidade de micróbios benéficos para animais que estavam ou estão sofrendo com algum agente estressor. Em teoria, essa suplementação é feita para prevenir o estabelecimento de microrganismos indesejáveis, ou, para re-estabelecer a flora microbiana normal. Essa prática é denominada probiótico. Entretanto, o termo probiótico implicava uma natureza curativa à esses produtos. Desta forma, nos EUA, produtos para reduzir a mortalidade, menor número de dias doente ou aumentar a produção, não podem ser vendidos sem aprovação do governo. Para tanto, uma lista dos microrganismos aceitos para a alimentação animal foi desenvolvida e o nome para substituir a palavra probiótico foi alterado para algo como "microrganismos fornecidos diretamente no alimento". Entretanto, o Brasil ainda utilizamos a palavra probiótico.
Modelo genérico de ação dos microrganismos
Embora vários modelos tenham sido postulados, o mais aceito é o que postula que melhora a saúde do animal ou sugere que a adição de bactérias benéficas previne a colonização de patógenos indesejáveis por competição por espaço e nutrientes. Algumas das maiores hipóteses desses benefícios estão listadas abaixo:
- Produção de compostos anti-bacterianos (ácidos, bateriocinas e antibióticos)
- Competição com microrganismos indesejáveis por espaço e nutrientes (exclusão competitiva)
- Produção de nutrientes (aminoácidos, vitaminas, etc) ou outros fatores de crescimento estimuladores de outros microrganismos no trato digestivo
- Produção ou estimulação de enzimas
- Metabolismo ou desintoxicação de compostos indesejáveis
- Estimulação de resposta imune no ruminante
- Produção de nutrientes ou outros fatores estimulantes para o ruminante.
Suplemento bacteriano para ruminantes
Embora a prática de inoculação de ruminantes com microrganismos benéficos não seja novidade, são poucos os estudos controlados que comprovam a eficácia desta prática; e, do ponto de vista científico, não existe produto comercial baseado neste conceito.
Mas, existem muitas bactérias com grande potencial para uso em ruminantes, e que são vendidas no comércio. Muitos desses produtos contem bactérias do gênero Lactobacilli, com Lactobacillus acidophilus, talvez a bactéria mais comumente usada. Outras comumente usadas incluem varias espécies de Bifidobacterium, Enterococcus e Bacillus. A bactéria Lactobacillus acidoplilus é muito desejada pois produz ácido lático, que pode reduzir o pH do intestino delgado a níveis que inibe o crescimento de organismos patogênicos, e portanto, pode prevenir diarreias exatamente por reduzir as bactérias do gênero Coliform, fator esse que pode ser muito interessante para a criação de bezerros.
Outro exemplo em estudo é o caso da bactéria Megasphaera elsdenni, a maior utilizadora de ácido lático em rúmen adaptado com dieta de alto grão. Estudos com o produto comercial que contém Megasphaera elsdenni B159 e a cepa 407A previnem a acidose tanto em bezerros como em confinamento.
Outro grupo de bactérias de enorme potencial para uso em ruminantes são as Propionibacterias. Essas bactérias são naturalmente encontradas em grande número em rúmen de animais alimentados com forragem e média quantidade de concentrado. Elas têm a habilidade de converter lactato e glicose em acetato e propionato, o que pode melhorar consideravelmente o status energético do animal. Pode ser encontrada no mercado a cepa Propionibacteria P-63.
Considerações finais
Ainda são inconsistentes os dados obtidos com produtos comerciais. Observa-se uma grande diferença de comportamento dos estudos quando realizados em ambientescontrolados (estudo científico) e em propriedades comerciais. Mas, este mercado tem se profissionalizado bastante nos últimos anos. Hoje é possível encontrar diversas formas de apresentação dos produtos, como pós, pastas, cápsulas, etc. Ainda, podem ser administradas diretamente no alimento ou diluídas na água do bebedouro. Alguns problemas sérios ainda existem, a exemplo dos microrganismos sensíveis ao calor ou a antibióticos naturais. Entretanto, tendo em vista a importância desta área da nutriçãode ruminantes, as pesquisas em andamento poderão sanar essas lacunas em um futuro próximo.

Conheça o inimigo nº 1 do seu lucro

                                                                           

O manejo correto das pastagens tem grande influencia no controle dos carrapatos; pastos manejados altos permitem melhor desenvolvimento e sobrevivência dos carrapatos, alem disso permitem maior lotação e consequentemente maior captura de larvas que produzem mais carrapatos. A vedação ou rotação por períodos superiores a 30 dias faz com que as pastagens se tornem  mais limpas uma vez que inúmeras larvas morrem de fome. Na volta ao pasto vedado, os animais devem estar limpos de carrapatos para que não se desenvolvam novo ciclo do parasito e não haja perca da limpeza conseguida.O produtor raramente tem acesso aos avanços científicos no controle dos carrapatos e precisa saber e estar consciente para atuar a nível de sua propriedade no combate a este parasito. Para ser eficaz, um programa de controle do carrapato deve considerar não apenas o gado, mas também o ambiente, especialmente a pastagem. “Cerca de 95% dos parasitas estão no pastos apenas 5% nos animais.”O controle dos carrapatos da pastagem, se faz controlando-os nos animais, pois quando os carrapatos sobem nos bovinos, para não completarem o ciclo de vida reprodutivo, devem ser pulverizados de 21 em 21 dias. Após banho os animais voltam para a pastagem, e funcionam como uma armadilha capturando novos carrapatos para serem pulverizados 21 dias após.Quando fazemos o controle estratégico, há uma redução expressiva do numero de banhos por ano, e retardamento do aparecimento de extirpes resistentes, com diminuição de custo, com mão-de-obra e carrapaticida.ESCOLHA DO PRODUTO CARRAPATICIDACada propriedade devido ao ambiente, produtos usados anteriormente, dosagens, métodos de pulverizações, manejo de pastagens contra os problemas diferentes da resistência dos carrapatos, portanto o produto deve buscar soluções especificas para combater o carrapato na sua fazenda.Um teste que pode ser realizado com vista na eficiência do produto, constitui na preparação do carrapaticida na dosagem certe, conforme indicação do fabricante, depositando a calda em um recipiente de vidro ou plástico.Em outra vasilha coloca-se água pura.Para cada recipiente, separar 10 fêmeas ingurgitadas (mamona), e deixá-las submersas nos líquidos por cinco minutos.O grupo da água serve como controle.Depois, colocar as fêmeas de carrapatos em um recipiente fechado, com entrada para ar, flocos com algodão, em local de temperatura fresca.Em torno de sete dias o grupo controle já realizou a postura (ovos).Se o produto testado for eficiente, ou seja, se não houver resistência, as fêmeas banhadas morrem antes de colocar ovos, ou colocam alguns separados e de cor escura. Se os carrapatos sobreviverem e colocarem ovos parecidos com os que forem banhados com água, deve-se testar outro produto, pois existe resistência ao produto testado.

A aplicação de produtos sistêmicos é proibida em vacas de leite, mas pode ser utilizados em todos os outros animais.CONTROLE ESTRATÉGICOFoi observado por pesquisadores da EMBRAPA, que nos meses de novembro/dezembro ocorre no inicio da infestação ocorre no mês de fevereiro com maior grau de concentração no mês em abril/maio. Cada um destes picos corresponde a uma geração de carrapato. Com base nestas informações a EMBRAPA desenvolveu o controle estratégico dos carrapatos nos meses mais quentes do ano, quando os carrapatos nascem e morrem com maior facilidade. Por isso deve-se fazer o controle estratégico nesta época.Tratamento: aplicação de 6 banhos estratégicos; três no inicio da segunda quinzena de novembro e três a partir da segunda quinzena de fevereiro, com intervalos de 21 em 21 dias, se o produto for puro deve ser feito de 35 em 35 dias. Este tratamento teve uma eficiência de 95,5% na redução dos carrapatos em relação ao grupo testemunha. Alem da redução do custo e organização do manejo das fazendas.No primeiro ano em que se inicia com uso de produtos homeopáticos começa a se popularizar. Os produtos são oferecidos aos animais junto com o sal mineralizado, o que facilita o manejo, desde que o produtor faça a mineralização corretamente.O fator que tem ajudado o sistema de tratamento homeopático, é a resistência do carrapato aos produtos para combate, e a impossibilidade de utilizar produtos sistêmicos em vacas de leite. A homeopatia pode ser associada com o tratamento convencional, aumentando a eficácia do controle.
Observações práticas dos técnicos de nossa empresa mostram que quando a fazenda utiliza produto homeopático no sal mineralizado para vacas leiteiras, a dosagem com resultado adequado no campo é em torno de 4g por animal/dia, ou seja dois pacotes de 450g em um saco de sal mineralizado de 30kg. Com a vaca ingerindo em media 140g do sal mineralizado (e 4g de homeopático) por dia, vai ingerir em torno de 51kg de sal mineralizado no ano com o custo do homeopático ficando em torno de R$ 5,45 por vaca ano..

Nascimento de bezerros a hora da recompensa, mas também a hora de dobrar os cuidados.

A cura do umbigo de bezerros (as) tem fundamental importância nos aspectos sanitários do rebanho. Esse procedimento, associado à administração correta do colostro, representam medidas indispensáveis que influenciarão diretamente na saúde do rebanho.
Deve-se utilizar iodo 10% em álcool para a cura do umbigo. É preciso observar diariamente o animal até que todo o cordão umbilical seque e caia naturalmente, caso ocorra alguma anormalidade (inchaço, bicheira ou inflamação), deve-se tratar imediatamente o animal ou procurar auxilio técnico.

Fornecimento do colostro:

O colostro tem uma composição um pouco diferente do leite, apresentando menores teores de lactose, mas maiores teores de gordura, sólidos totais, minerais e vitaminas e principalmente proteína. O maior teor de proteína do colostro se deve principalmente ao maior teor de anticorpos.

O importante é que a cria faça a ingestão em torno de 10% do seu peso em colostro, nas primeiras 24 horas de vida . O excesso de colostro deve ser congelado.

A formação de um banco de colostro na fazenda garante a disponibilidade de colostro de boa qualidade e em quantidade suficiente. A conservação em geladeira pode ser feita até uma semana sem que haja redução na qualidade. A conservação em freezer, mais utilizada em fazendas leiteiras, pode ser feita por até um ano sem redução na qualidade. O colostro deve ser congelado em porções que facilitem o descongelamento, geralmente 1 ou 2 litros e o descongelamento deve ser feito lentamente, em água com temperatura de até 50º C ou em microondas em baixa potência, sempre retirando o que for descongelando para evitar superaquecimento .

A partir do segundo dia de vida, deve-se fornecer 4 litros de colostro diariamente, divididos em duas partes sendo: 2 litros pela manhã + 2 litros à tarde. Esse pode ser fornecido em mamadeiras ou em baldes.

A desmama somente deve ser feita a partir do momento que o animal ingerir 800 gramas de ração ao dia, por três dias consecutivos, assim deve-se suspender o fornecimento do leite de uma vez. Seguindo estas recomendações a desmama deve acontecer entre 45 e 80 dias de idade, liberando o leite produzido para comercialização antecipadamente. Para evitar estresse maior no animal, convém cortar o leite (sempre de forma brusca), mas mantê-lo nas casinhas individuais ou bezerreiros por mais alguns dias (1 a 2 semanas).

Indicação:

. Fornecer 04 g de Biosan Flora B12 no dia do nascimento. Dose única.

O alimento volumoso, fenos ou capins, pode ser deixado a vontade para as bezerras desde o primeiro dia de vida, mesmo que elas não comam. A partir do 10° dia de vida pode-se fazer o uso de concentrados (ração para bezerros, peletizada), seu fornecimento pode ser a vontade, desde que tenha um controle sobre a quantidade fornecida e ingerida por cada bezerra. Até os seis meses é recomendado o fornecimento de 1 a 2 kg de concentrado com 12% de proteína bruta e 61% de nutrientes digestíveis totais (energia).


A cura do umbigo de bezerros tem fundamental importância nos aspectos sanitários gerais do rebanho. Esse procedimento, associado à administração correta do colostro, representam medidas indispensáveis que influenciarão diretamente na saúde do rebanho de cria.

O umbigo deve ser cortado na medida de dois dedos e desinfetado com solução de iodo, a 10% em álcool, ou produto similar, imediatamente após o nascimento, repetindo diariamente até o umbigo secar .

Indicações:

.Fornecer 04 g de Biosan Flora B12 no dia do nascimento. DOSE ÚNICA.

O creep feeding  é uma forma de suplementar o bezerro durante a fase de amamentação. Esta suplementação é feita geralmente com concentrado em cocho, ao qual só os bezerros têm acesso.o técnico recomenda fornecer diariamente de 0,5 a 1,0% do peso vivo do bezerro em concentrado. Tendo uma média do consumo durante o período de fornecimento de 0,6 a 1,2 kg de concentrado/animal/dia. E a sugestão dos teores de nutrientes é de 75 a 80% de NDT e de 18 a 20% de proteína bruta, os grãos devem ser processados sofrendo uma moagem grosseira, para os bezerros não entrarem em quadro de acidose, já que seu rúmen não está totalmente desenvolvido. Pode ser adicionados palatabilizantes como melaço e leite em pó. Com esse manejo é possível aumentar os ganhos de peso pré-desmame e peso ao desmame, além da redução da mortalidade de bezerros nessa fase. O maior peso se dá porque nesse período ocorre o máximo crescimento muscular e uma continuação no crescimento ósseo .

Outra forma de alimentação para os bezerros é o creep grazing que pode ser empregado de duas formas, uma é a utilização de uma área de pasto para acesso exclusivo dos bezerros, outra é a utilização de um sistema rotacionado, em que os bezerros têm acesso ao pasto antes das vacas, o objetivo é que os bezerros pastem as pontas tenras ou as partes mais nutritivas das plantas, em vez dos colmos ou folhas senescentes, que serão usadas pelas vacas no restante do pastejo. As forragens recomendadas para os bezerros (as) são as com alto valor nutritivo, como Tifton 85, Coast-cross (Cynodon sp.), Massai (Panicum maximum), Amendoim forrageiro, Alfafa, entre outras.

Figura –Modelo de cocho para creep-feeding.





O atraso na manifestação do primeiro cio pós-parto é uma das principais causas do baixo desempenho reprodutivo da pecuária de corte e está relacionado à deficiência nutricional e a frequência de amamentação. Levando em consideração esses fatores e visando poupar a vaca do estresse da amamentação, sem prejudicar o desenvolvimento do bezerro, os criadores realizam a desmama, tradicionalmente, aos 7-8 meses de idade.

Considera-se “Estresse à Desmama” uma situação na qual, logo após a desmama, evidencia-se nos bezerros a perda de peso e maior susceptibilidade a doenças e parasitoses. O que ocorre devido a alteração na dieta dos animais e também ao estresse emocional, pois ao ser separado da vaca, perde a proteção materna.

Para melhorar o peso dos bezerros e obter uma desmama precoce, se faz o uso de simbióticos na ração do creep-feeding, Isto estimula o desenvolvimento do rúmen e auxilia na redução do estresse por ocasião da desmama, o que poderia levar o animal a um quadro de distúrbios gastrintestinais, diarréias, perda de peso e até morte.

Indicações:

Indicação 01:

Misturar 01 Kg de Amino Flora Corte (02g/animal/dia) em 01 saco do Suplemento Mineral (30 Kg) específicos para bezerros (as), contendo NDT e poteína, deixando a vontade no chocho através do creep-feeding.

Indicação 02:

Fornecer ração para bezerros no creep-feeding : • Ração para creep-feeding: - 77 Kg de Grão de milho triturado - 22 Kg de Farelo de soja 45% Proteína Bruta - 01 Kg do Amino Flora Corte (02g/animal/dia)

Deixar o sal mineral das vacas, em um cocho, com altura que permita o acesso dos bezerros.

Indicação 03:

Misturar 01 Kg de Amino Flora Corte (02g/animal/dia) no Suplemento Mineral das vacas, deixando os cochos em uma altura que permita o acesso dos bezerros (as) a partir do 2º mês.

você conhece o Creep-feeding?

O sistema de cria na produção de gado de corte tem como objetivo a produção de bezerros, sendo estes os únicos produtos do sistema. Considerando isto, obviamente constatamos que quanto maior o número de vacas parindo, em um mesmo ano, em uma determinada propriedade, melhor. Não podemos perder de vista que este sistema é sustentado exclusivamente sob condições de pastagem. Neste sistema dois personagens vão ditar as normas do jogo e definir o resultado da partida. São eles, a vaca e sua cria, o bezerro.


Desta forma, como personagens que atuam de fora do campo, e precisam influenciar o resultado, pecuaristas e técnicos não podem se esquecer que os dois necessitam de cuidados que permitam o máximo desempenho e nos dêem a vitória econômica. Assim, é fundamental a adoção de técnicas que aperfeiçoem o trabalho a ser feito pelas vacas e suas crias.


As vacas têm como função parir bezerros sadios, de preferência a cada 12 meses, e as crias, crescer de forma efetiva e atingir o máximo peso ao desmame.
E como diz aquele ditado popular “treino é treino e jogo é jogo”, portanto, temos que ser profissionais e aplicar no jogo as melhores técnicas que conhecemos. E uma das técnicas que funcionam muito bem neste jogo é conhecida como creep-feeding, ou seja, a suplementação dos bezerros e tão somente os bezerros, sem retirá-los da presença das mães, pois os dois jogam no mesmo time. Se esta técnica for bem aplicada e nosso time, as vacas e os bezerros aprenderem, e jogarem certinho, não dá zebra. Com certeza, ambos vão ter benefícios, ou seja, os bezerros vão depender cada vez menos do leite e as vacas se recuperam mais rapidamente para emprenharem novamente. Além disso, quando os bezerros forem desmamados estarão mais bem preparados para o jogo seguinte, a recria.
Em relação à aplicação do creep-feeding, é importante observar alguns detalhes que podem fazer grande diferença no resultado. Nem sempre o time que ataca mais ganha o jogo e, portanto, o uso do creep-feeding de forma inadequada também não garante a vitória. Entre estes detalhes destacamos alguns:


1.      A praça de alimentação dos bezerros deve ficar próxima ao cocho de sal das vacas, ou de malhadouros, sombras ou fontes de água, ou seja, locais onde as vacas permanecem mais tempo;
2.      Não deve permitir a entrada das vacas;
3.      Deve permitir espaço de alimentação adequado a todos os bezerros do lote, que deve ser de pelo menos 6 cm em suplementos de baixo consumo.


O resultado econômico dependerá de alguns itens como preço do bezerro, e custo e conversão alimentar do suplemento. Outro detalhe, o consumo do suplemento pode variar em função da raça, da idade do bezerro, do clima, da qualidade da pastagem e até mesmo do tamanho do lote de vacas, mas isto não é problema, o importante é adotar a técnica de forma correta e usar suplemento de alta qualidade e bem balanceado. Normalmente os suplementos de baixo consumo dão melhor resultado econômico porque a conversão é melhor, e assim podemos ganhar o jogo. Agora é só entrar em campo, jogar e ganhar o campeonato.

como formar Nelore super precoces

Na esteira da intensificação, algumas fazendas tecnologicamente mais avançadas que se dedicam à cria e ao ciclo completo já estão investindo na antecipação da entrada em serviço das novilhas, colocando-as em reprodução com idade entre 12 e 14 meses. Além de ganhar mais um bezerro por matriz, a propriedade reduz as eras de fêmeas em recria, que, neste caso, passa a ser apenas uma: a da bezerra em aleitamento.
A nutrição tem igual relevância no processo de preparação dos animais. Na propriedade, o trato com as superprecoces começa com a fêmea ainda bezerra no sistema de creep feeding, em que elas têm acesso a cochos exclusivos. Assim desmamam mais pesadas e são encaminhadas direto para o confinamento. “Em até 14 meses esses animais atingem a marca de pelo menos 315 kg e estão prontos para a estação de monta”.
Na Fazenda Brasil, só o trato com creep-feeding custa R$ 46,20 por animal. Essa fase dura em média cinco meses, com as bezerras consumindo 880 gramas de ração por dia. A desmama acontece quando chegam à faixa de 215 kg, por volta dos sete meses de idade. Novilhas nelore alimentadas apenas com leite chegam ao desmame com 180 kg.
O gerente agropecuário garante que o investimento nas superprecoces é vantajoso. “No cálculo financeiro, emprenhar 40% do total de novilhas tratadas hoje cobre todos os nossos custos”, diz Rogério, levando em consideração também as perdas até o desmame – que giram na casa dos 15%. Mesmo assim, ele recomenda que cada produtor faça suas contas para avaliar que taxa de concepção consegue alcançar entre as novilhas superprecoces e se gastos com creep-feeding e confinamento valem a pena em relação à arrecadação vinda da venda dos bezerros.
O outro lado da moeda - Rodrigo Gomes, da Embrapa Gado de Corte, explica que por estarem em fase de crescimento as novilhas em idade entre 12 e 14 meses têm maior necessidade de energia, que precisa ser suprida com reforço na alimentação. “Como o início da estação de monta (dezembro a fevereiro) vem depois dos meses mais secos (maio a outubro), nem sempre o pasto contribui para que a fêmea atinja o escore corporal adequado para emprenhar mais cedo”. Daí a necessidade de investir em alimentação balanceada, como se vê no caso da Fazenda Brasil.
Outro ponto é a questão hormonal. Em uma escala que vai de 1 a 5, Alessandra Nicacio, pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, recomenda que o animal esteja pelo menos na faixa de escore 3. “Caso contrário a novilha não vai conseguir manter a gestação”, diz Alessandra. Ela também argumenta que antes de tentar emprenhar as novilhas mais jovens, o produtor deve avaliar se a fêmea já entrou na puberdade, ou seja, se apresenta corpo lúteo. A estrutura é essencial para liberação de hormônios essenciais à manutenção da gravidez. Exames ginecológicos feitos por médicos veterinários, como a palpação retal ou a ultrassonografia, são capazes de indicar a presença de corpo lúteo no ovário. De acordo com a especialista, só quando é identificada a estrutura a fêmea está apta a reproduzir.
Para antecipar o serviço em um ano, as fazendas precisam investir em genética e nutrição. Esta última começa ainda no período de amamentação, com trato em creep feeding. Após a desmama, as novilhas seguem para o confinamento. O objetivo é que atinjam peso mínimo para entrar em reprodução.
Os custos compensam? Segundo o médico veterinário Rogério Fonseca Guimarães Peres, sim. Ele é gerente agropecuário na Fazenda Brasil, uma das empresas mais adiantadas no trato com novilhas superprecoces. A Agropecuária tem sede em Barra do Garças, no Mato Grosso, e entoura fêmeas de 12 a 14 meses da raça nelore há quatro anos. Ele afirma que a taxa de prenhez do rebanho suplementado e com cio induzido artificialmente chega a 70%. “Em geral, apartamos novilhas com mais de 270 kg para entrar nos protocolos de indução de puberdade”, diz Rogério.
No pós-desmama a dieta é de confinamento, sendo composta por 45% de volumoso (silagem de capim) e 55 % de concentrado (milho, torta de algodão, ureia e núcleo mineral), detalha Rogério. O trato dura aproximadamente 120 dias, nos quais as fêmeas engordam por volta de 100 kg. O custo da suplementação no período é de R$ R$ 468/ animal.


Novidades na Mineralização Bovina.

No cocho (feito com caixa d'água plástica), um líquido viscoso e escuro como chocolate em calda atrai a atenção do gado. Os animais se aproximam e começam a lambê-lo. Saem para pastejar um pouco e voltam novamente ao cocho, deitando-se ali por perto. Não se vêem instalações típicas para oferta ou armazenamento de sal mineral. O recipiente plástico fica a céu aberto, sem proteção contra chuva. Estas são imagens pouco comuns nas fazendas brasileiras, mas que ilustram um conceito diferente de alimentação animal: a suplementação líquida. Mistura de fontes minerais e energértico-protéicas, ela pode ser usada na engorda de bezerros (via creep-feeding), na manutenção de vacas de cria e também na terminação de novilhos, que chegam a ganhar 1,2 kg/cab/dia.“Fazíamos semiconfinamento, fornecendo aos animais ração pronta. Mas seu custo operacional era alto. Precisávamos trazer o produto de Rondonópolis (MT) e armazena-lo em ambiente controlado. Quando chovia, era um transtorno: condicionados ao trato, os bovinos ficavam esperando a ração, mas não podíamos fornecê-la. Além disso, para tomar conta do semiconfinamento, ocupávamos no mínimo dois peões, responsáveis por dois tratos diários. Em 2001, decidimos experimentar a suplementação líquida e nossa rotina mudou completamente. Um peão passou a cuidar de tudo. O outro foi direcionado para serviços gerais. A armazenagem do produto é simples e, quando chove, ele não se perde”, garante Marco Túlio Bacio Cardoso, administrador da Fazenda Entre Rios, no município de Sud Mennucci (SP), próximo à fronteira com o Mato Grosso do Sul
VANTAGENS OPERACIONAIS A propriedade de 1.936 hectares pertence ao Grupo Triunfo e dedica-se exclusivamente à engorda, terminando a pasto, com suplementação líquida, cerca de 3.400 bois/ano. Os cochos são reabastecidos a cada dez dias, propiciando economia com combustível e manutenção de máquinas. “Os peões deixaram de trabalhar nos finais de semana (como é rotina no semiconfinamento tradicional), eliminando horas extras. Para completar: o desperdício é mínimo”, explica Cardoso.Na Fazenda Entre Rios, a ração líquida é armazenada em tanques para 1.000 litros e tem durabilidade de um ano (veja composição nutricional mais adiante). Quando necessário, basta transferi-lo (com ajuda de uma bomba e mangueiras) para um recipiente vazio alojado na carroceria do caminhão, e depois, distribuí-lo nos cochos. Também pode-se utilizar tambores de 60 kg, deixando-os no pasto para facilitar o abastecimento. Cardoso usa um cocho plástico de 500 litros para cada 75 animais.Segundos ele, quando chove, a água não se mistura ao produto. Por ser mais denso, ele fica em baixo e a lâmina d`água se deposita em cima, sendo rapidamente consumida pelos animais. Para evitar pisoteio e subpastejo em algumas áreas, o cocho é transferido de lugar periodicamente. “O sistema é tão prático que chegamos a engordar 6.000 cabeças, em uma propriedade arrendada apenas com dois funcionários”, garante.Na Entre Rios, os novilhos são mantidos em pastos rotacionados de braquiarão. MG-5, tanzânia e mombaça, recebendo suplemento líquido tanto no período da seca quanto das águas, pois a fazenda tem dois ciclos de terminação: um com início em fevereiro e outro em agosto/setembro. No primeiro, o produto é fornecido durante seis meses e no segundo, durante quatro, pois a pastagem em dezembro/janeiro está no auge, permitindo altos ganhos.Além da Entre Rios, o Grupo Triunfo possui mais duas unidades de engorda, as fazendas Santa Terezinha, em Paraguaçu Paulista-SP e Herdade, em Itapira-SP, Mantendo em Campo Grande uma “vitrine” de gado puro (o Brahman Center Triunfo) para venda de reprodutores dessa raça. Já a recria é feita nas fazendas Eldorado, no município de Gália-SP e Andradina em Campinápolis-MT. Todas essas propriedades e outras arrendadas pelo grupo trabalham com suplementação líquida (cerca de 10.000 cabeças tratadas por ano). A única exceção é a fazenda Nova Bandeirantes, no Mato Grosso, especializada em cria. Ela tem difícil acesso e está muito distante da empresa fornecedora dói produto, o que torna seu uso economicamente inviável.
CUSTO X BENEFÍCIO – Aliás, o custo dessa tecnologia no Brasil gera certa polêmica. Muitos técnicos costumam não recomendá-la na engorda de bovinos, argumentando que seu preço é pouco competitivo frente aos das rações sólidas. Segundo Fernando Loureiro Lima, diretor comercial da Anipro – empresa do grupo norte-americano XF Enterprise, que comercializa suplementos líquidos no País desde 1996 – em certas regiões, realmente é difícil competir com produtos convencionais por causa do frete, mas esses casos são exceção. “Nas áreas onde se concentra a maior parte do rebanho bovino brasileiro, nosso produto apresenta excelente relação custo x benefício, permitindo seu usos, inclusive, de forma estratégica, como fez o Grupo Triunfo em 2003”, diz ele.Loureiro conta que, na época, essa empresa precisou engordar 5.400 bois de 3,5 anos rapidamente. Os animais haviam sido recriados a pasto apenas com sal mineral, e, no final de maio, estavam com 14@, devendo seguir para terminação em boitel. “Sugerimos que o lote recebesse ração líquida durante um período curto, pára entrar no confinamento com 15@, economizando diárias. A experiência revelou-se um ótimo negócio”, explica o técnico da Anipro. Tratados durante 70 dias, os bovinos ganharam 30 Kg de peso ao custo de R$ 31,40/cab/período, ficando 21 dias a menos no boitel. Com isso, a empresa deixou de desembolsar R$ 67,2/cab, já que a diária, na época, custava R$ 3,20 por boi. Ou seja, ela economizou R$ 35,8/cab.“No semiconfinamento que fazemos, a suplementação líquida também desempenha papel estratégico, pois permite terminar duas boiadas por ano”, ressalta Cardoso, administrador do Grupo Triunfo. “Entretanto, ninguém precisa seguir nosso modelo, que pressupõe tratar os animais durante quatro/seis meses. Consideremos, por exemplo, que um pecuarista suplemente seus animais por apenas 30 dias, visando consumo diário de 482 g/cab e ganho de 725 g/cab (21,75 kg/cab/período). Como o quilo do suplemento custa R$ 0,93, terá despesa de R$ 13,44/cab/mês ou R$ 0,61 por Kg de peso vivo.Se usar ração comercial com 18% de proteína, fornecida na proporção de 1% do PV (4,5 Kg cab/dia), obteráganho diário maior (910 g/cab) ou 27,3 Kg/cab/mês , mas seu custo também subirá. Ele gastará R$ 60,75/cab/mês ou R$ 2,22 por Kg ganho, considerando-se o quilo da ração a R$ 0,45. E nem contabilizei itens como mão-de-obra e combustível”, diz ele.CONCEITO – Marco Túlio Cardoso lembra, entretanto, que esses são números da Entre Rios. Cada pecuarista deve fazer suas próprias avaliações econômicas, com base em cotações locais. Avaliações que o presidente mundial da Anipro, Wes Klett, enfrenta com tranqüilidade. “Um produto só é caro quando não dá resultado. A meu ver, não é o preço que limita a difusão da suplementação líquida no Brasil, mas o desconhecimento dos pecuaristas quanto a seu funcionamento e benefício. Isso acontece porque ainda existem poucas pessoas trabalhando o conceito a campo. Se tivéssemos mais concorrência, mais empresas comercializando o produto, a demanda seria maior. Nos Estados Unidos, existem cerca de 50 fabricantes. Essa grande competição dá credibilidade, ativa o mercado”, salientou ele em entrevista exclusiva à DBO, durante uma de suas visitas ao País.Hoje, no Brasil, apenas a Anipro e a Líquida Nutrição Animal ofertam esse tipo de produto. Ambas têm sede em Campo Grande e, embora possuam representantes alguns Estados, a comunicação com os pecuaristas continua muito circunscrita. “Vamos atacar esse problema com contratação de novos representantes e maior divulgação da tecnologia. Na região de Campo Grande, já implantamos o sistema full-service (entrega a domicílio). Caminhões-tanque colocam o suplemento a granel diretamente nas propriedades, fazendo, inclusive, o controle de consumo. Assim, o produtor não precisa mais estocar o produto e só paga o que é colocado no cocho”, informa Antônio João de Almeida, ex-professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e hoje diretor técnico da Anipro.Stefan Kurmann, proprietário da Líquida Nutrição Animal, também planeja fazer sua empresa presente em mais Estados, além de participar de feiras agropecuárias, como a Expo-Grande, em abril. “Porém, nossa prioridade é a fidelização dos clientes, por meio de atendimento personalizado nas fazendas”, explica ele.A Líquida foi fundada em 2004, atuando principalmente nos Estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Kurmann também acredita que a principal barreira enfrentada pela tecnologia no Brasil é a desinformação. “Depois que o pecuarista entende como o produto funciona e comprova seus resultados, dificilmente deixa de usá-lo”, garante.CONSUMO – Segundo Kurmann, quanto maior a ingestão, mais rápida a engorda. Ele tem investido em formulações para alto consumo (cerca de 1 kg/cab/dia, visando ganho diário de 1,1 kg por bovino), mas diz que a palavra final é do cliente. Laurindo Saito, por exemplo, dono da Fazenda Pontal da Água Limpa, em Ribas do Rio Pardo (MS), prefere trabalhar com uma oferta diária de 500 g/cab. “Trato os animais apenas nos últimos 40-50 dias de engorda, para atingirem 400 kg/cab. Antes não conseguia terminá-los nas águas com este peso. Cheguei a fazer algumas experiências com torta de algodão e farelo de soja, mas achei o suplemento líquido mais fácil de ministrar”, diz o criador, que gasta R$ 0,40/cab/dia com a suplementação (menos de uma arroba por período). Na seca, como a disponibilidade de forragem cai, Saito aumenta a oferta do produto.Vários técnicos apontam o controle de consumo como uma das dificuldades da suplementação líquida, mas as empresas que comercializam essa tecnologia discordam. “Os animais recebem diariamente a quantidade necessária para determinado ganho e confirmam, na balança, o desempenho esperado”, salienta Kurmann, da Líquida, cujos produtos não contêm reguladores de consumo. Já a Anipro, trabalha com dois compostos: um doce e outro azedo. Normalmente fornecidos juntos, o segundo (de cor escura) controla a ingestão do primeiro. “Se o pecuarista quer desempenho moderado, aumenta a quantidade do amargo, que funciona como um freio ou inibidor, a exemplo do cloreto de sódio no sal proteinado. Se quer elevar o ganho diário, trabalha com percentuais menores desse composto.E se deseja máximo desempenho do animal, fornece apenas o doce, que é altamente palatável”, explica Fernando Loureiro, da Anipro.Segundo ele, no Brasil, boa parte dos pecuaristas utiliza misturas contendo 80% do composto doce e 20% do azedo, visando obter ganhos entre 700 e 900 g/cab/dia. “Mas, esses percentuais não devem ser vistos como regra. Para definir qual mistura apresenta a melhor relação custo x benefício nas condições específicas de uma fazenda, é fundamental avaliar suas pastagens, sistema de manejo, clima, rebanho e vocação comercial”, salienta Loureiro. Para melhor adaptação dos animais, deve-se fornecer 100% do composto doce durante a primeira semana de trato e, depois, ir acrescentando o azedo aos poucos até o percentual desejado. Segundo Loureiro, é importante observar o cocho periodicamente para checar se a ingestão está satisfatória.CREEP-FEEDING - Os produtos para creep-feeding normalmente não contêm inibidores de consumo, sendo fornecidos à vontade. Um estudo realizado na Fazenda Nhumirim, da Embrapa Pantanal, em agosto de 1997, envolvendo 40 bezerros tratados com suplemento líquido, registrou consumo de 90 g/cab/dia nos quatro meses de seca e ganho de 15,9 kg no período, enquanto o lote testemunha perdeu 3,4 kg/cab/dia. As mães dos bezerros suplementados também receberam ração líquida durante 189 dias, ganhando 51,6 kg e apresentado índice de natalidade de 81,5%. Das fêmeas não-tratadas, que engordaram 19,4 kg durante o experimento apenas 13,1% emprenharam.Segundo Wes Klett, presidente mundial da Anipro, um erro clássico dos produtores é não investir em vacas com bezerro ao pé, principalmente quando o mercado de cria está em baixa. Michel Stevenson, que acompanhou Klett durante sua visita ao Brasil em outubro passado, também condena essa visão imediatista. Selecionador de Angus em Tulsa, Oklahoma, ele possui 6.000-7.000 matrizes, que há oito anos recebem ração líquida. Por dois motivos: a vaca desmama bezerros mais pesados em tempo mais curtos e mantém ótima condição corporal, que lhe garante melhor performance reprodutiva. “Nem preciso de creep-feeding. As fêmeas apresentam altos índices de prenhez, sem ter de ser separados dos bezerros, ao contrário do que ocorre por aqui”, assegura. Wes Klett acredita que a suplementação líquida vai ganhar força no Brasil, por isso instalou-se no País, fiel à filosofia de atuar em todos os grandes centros produtores de carne bovina. “Sabemos que existe uma barreira cultural à tecnologia. Os pecuaristas brasileiros estão acostumados com rações sólidas, têm dificuldade de mudar, por isso precisamos fazer um trabalho de esclarecimento e convencimento. Mas vejo tremendas oportunidades nessa terra, que tem o maior rebanho comercial do mundo. E estou confiante de que o produtor vai aderir à suplementação líquida, conforme for obtendo retorno econômico”, frisa o empresário.Um pouco de históriaA suplementação líquida não é uma tecnologia nova. Existem relatos de fornecimento de melaço de cana bovinos desde 1890. Inicialmente usando puro, esse produto incorporou o fósforo na década de 30 e depois a uréia, nos anos 50. com o tempo, foram adicionados outros nutrientes às formulações, como proteína verdadeira, lipídios, minerais, vitaminas, aditivos e até componentes homeopáticos.O país que melhor explora a suplementação líquida no mundo são os Estado Unidos, onde ela é empregada desde 1957, apresentado incremento anula de 10% nas duas últimas décadas.Segundo informa o veterinário Judson Vasconcelos, que faz doutorado na Texas A&M University, professores dessa instituição entrevistaram, em 2001, um grupo de 19 nutricionistas norte-americanos, responsáveis por confinamentos que terminam 13 milhões de bovinos/ano.Esses especialistas afirmaram que 58,37% de seus clientes utilizavam suplementação líquida. Em 2000, foram comercializados no país 1,7 milhão de toneladas desse tipo de produto, 60% para confinamentos(feedyards). A tecnologia também é bastante difundida na Nova Zelândia e na Austrália, país já conta com sete fabricantes.Composição nutricionalA composição dos suplementos líquidos varia conforme a empresa, mas geralmente são misturas de melaço e uréia, enriquecidas com fontes de proteína verdadeira(glúten de milho, milhocina, dentre outras), minerais, gordura vegetal, vitaminas e aditivos. O fósforo é fornecido via ácido fosfórico, produto de alta disponibilidade. Nas formulações da Anipro, é justamente essa substância amarga que regula o consumo, controlando o pH do produto.A uréia, fonte de nitrogênio não protéico(NNP), eleva a quantidade de proteína bruta presente no melaço, que é pobre nesse item. Contudo, segundo o veterinário Judson Vasconcelos, até pouco tempo boa parte do NNP contido na mistura líquida era desperdiçada, pois a uréia se degrada rapidamente, disponibilizando amônia em quantidade muito maior do que as bactérias do rúmen podem aproveitar. Esses microorganismos precisam que o nitrogênio proveniente da amônia seja liberado em sincronia com a energia contida na pastagem; para que possam sintetizar a proteína microbiana, essencial na nutrição de ruminantes. Como o capim é um alimento fibroso, processado de forma bem mais lenta, ocorriam desequilíbrios no processo e muito nitrogênio de perdia.Esse problema foi parcialmente solucionado com a uréia “slow release”, que tem liberação gradual e não traz riscos de intoxicação para os animais. A utilizada pela Anipro chama-se Rumopro e é importada dos Estados Unidos. Pesquisas têm demonstrado que esse tipo de uréia aumenta a digestibilidade da pastagem entre 20% e 30%. Segundo Vasconcelos, é interessante lembrar ainda que, na ração líquida, os ingredientes não se separam. “Isso permite a adição de ionóforos e minerais com maior eficácia, pois não há possibilidade de consumo seletivo de ingredientes em condições de pastejo”, salienta.

Importantes informações sobre o creep-feeding para cordeiros

A crescente demanda por carne ovina, registrada nos últimos anos, impulsionou o aumento da produção de cordeiros para abate, gerando a necessidade de melhoria nas técnicas de produção. Para que o sistema de cria e terminação de cordeiros em confinamento seja realizado com êxito, alguns fatores relacionados ao manejo nutricional do rebanho devem ser cuidadosamente respeitados pelo produtor; dentre os quais podemos destacar a condição da ovelha durante a gestação e lactação e o crescimento do cordeiro até a desmama.


A alimentação dos cordeiros durante o período de aleitamento é extremamente importante para que a desmama seja realizada com sucesso e os animais apresentem as condições necessárias para serem terminados em confinamento.


Durante o primeiro mês de vida o cordeiro depende basicamente do leite materno. A partir desse período ocorre um aumento gradativo no consumo de alimento sólido, o qual é acompanhado pela elevação do peso corporal e das exigências nutricionais. Em geral, cordeiros começam a consumir quantidades significativas de ração ao redor dos 10 a 14 dias de idade, sendo o consumo inversamente proporcional à ingestão de leite.


O rápido crescimento do cordeiro nos primeiros meses de vida aliado à redução na produção de leite da ovelha, a partir da terceira semana pós-parto, tornam a técnica de alimentação privativa, conhecida como "creep-feeding", indispensável dentro do sistema produtivo.


A alimentação privativa ou "creep feeding" é o sistema de alimentação utilizado durante a fase de aleitamento no qual as crias recebem uma suplementação. Esta prática caracteriza-se pelo fato de apenas os cordeiros terem acesso à ração (concentrado próprio para a fase inicial), o que se faz possível pela oferta de alimento em cocho cercado.


O sistema fundamenta-se na curva característica de lactação das ovelhas, cujo pico de produção ocorre entre a terceira e a quarta semana após o parto, sendo que 75% do total de leite é produzido nas oito primeiras semanas da lactação. Além disso, deve se considerar o fato de que o aumento no número de crias por parto não é acompanhado pelo aumento proporcional na produção de leite. Ovelhas com duas crias produzem cerca de 20 a 40% a mais de leite do que ovelhas com partos simples.


Concomitantemente à diminuição da produção de leite da ovelha, ocorre o aumento das necessidades de ingestão de matéria seca por parte do cordeiro, em virtude do seu crescimento, fato que o força a substituir a dieta líquida pela sólida. A ração do "creepfeeding" geralmente é oferecida às crias uma semana após o nascimento para estimular o desenvolvimento precoce do rúmen, o qual depende da habilidade desses animais em consumir e utilizar o alimento sólido, e suplementar a ingestão de nutrientes para um crescimento mais acelerado.


A técnica da alimentação privativa quando utilizada de maneira correta proporciona diversos benefícios dentro do sistema de produção. O aumento da taxa de crescimento dos animais durante a fase de aleitamento possibilita que estes sejam desmamados com maior peso corporal. Neres et al. (2000) compararam o desempenho de cordeiros desmamados aos 56 dias com e sem acesso ao alimentador privativo e obteve peso à desmama de 25,60 e 18,30 kg, respectivamente.


Outra vantagem da utilização da alimentação privativa está relacionada ao fato de que o animal exposto à dieta sólida desde os primeiros dias de vida apresentará melhores condições de adaptação durante a fase de terminação. O período da desmama é bastante delicado, uma vez que a separação entre a cria e a mãe gera uma situação de estresse, com reflexos negativos sobre o consumo de matéria seca e o sistema imunológico do animal, tornando-o mais susceptível às adversidades do meio ambiente.


Mudanças abruptas na dieta durante essa fase pode afetar negativamente o  desempenho dos animais por até duas semanas. Desta forma, a utilização do "creepfeeding" permite que o animal apresente maior peso corporal no início do confinamento e esteja adaptado ao tipo de ração que será fornecida durante a engorda, reduzindo desta forma os efeitos deletérios decorridos da desmama.
Para que o consumo do concentrado inicial seja elevado, as dietas fornecidas no alimentador privativo devem apresentar boa aceitabilidade e estar ao alcance dos cordeiros durante todo o tempo. Além disso, o concentrado deverá ter energia elevada e conter teores adequados de proteína, minerais e vitaminas. A utilização de um ingrediente palatabilizante, como o melaço de cana-de-açúcar, contribui para aumentar o interesse do animal pela ração, elevando o consumo voluntário.


Outro fator de grande relevância é a forma de processamento do milho grão. A recomendação é que este seja parcialmente processado, ou seja, quebrado, triturado ou moído grosso. Como não é utilizado nenhum tipo de forragem na ração inicial, o fornecimento do milho grão com partículas de tamanhos maiores, estimula o desenvolvimento das papilas do rúmen, acelerando a atividade ruminal.


A seguir são apresentadas alguns exemplos de concentrado inicial que podem ser utilizados no "creep-feeding" (Tabela 1).

Tabela 1: Exemplos de fórmulas de concentrado inicial para utilização no "creepfeeding" (% da matéria original)


O desenvolvimento do rúmen está diretamente relacionado ao consumo de leite e de alimentos sólidos. De acordo com Susin (2001), o consumo de alimento sólido não é significativo até 3 semanas de idade; entretanto, as pequenas quantidades ingeridas são muito importantes para estabelecer a função ruminal e o hábito de ingestão.


Avaliando o desempenho de cordeiros da raça Santa Inês alimentados em sistema de "creep-feeding", Mendes et al. (2003) observaram consumo médio diário de 127 g durante o período de aleitamento. Nas duas semanas que seguiram à desmama, efetuada aos 56 dias, os cordeiros aumentaram consideravelmente o consumo do concentrado inicial, apresentando média diária de 480 g. Estes resultados evidenciam a importância da utilização da alimentação privativa durante o período de aleitamento, uma vez que o consumo de alimento sólido é o melhor critério para desmamar cordeiros precocemente.


O fornecimento do concentrado inicial é tão importante quanto a localização do alimentador privativo ("creep"), o qual deve ser de fácil acesso, colocado em local com boa luminosidade, sombreado e próximo ao ponto de descanso de rebanho, de modo que a mãe possa ver suas crias e vice-versa. Além disso, é necessário que as crias tenham disponível água limpa, fresca e à vontade.


O comedouro privativo pode ser construído com diversos tipos de materiais, como por exemplo madeira, tela de arame, barras de ferro. O importante é que atenda o objetivo principal, que é possibilitar o acesso exclusivo das crias e que a entrada seja ajustável ao tamanho das crias em função da idade. As dimensões podem variar em função do material utilizado na estrutura e na localização do alimentador, conforme apresentado na figura 1.

Figura 1: Alimentador privativo ("creep") utilizado em confinamento ou pastagens.
Considerando o elevado crescimento apresentado pelos animais jovens e visando ganhos de peso acelerado, a utilização da técnica de alimentação privativa ou "creep-feeding" se coloca como uma ferramenta tecnológica indispensável para atender os objetivos propostos nos atuais sistemas de produção de ovinos.


O fornecimento do concentrado inicial através do alimentador privativo permite que os animais sejam confinados logo após a desmama sem afetar o desempenho, garantindo desta forma, maior sucesso durante a fase do confinamento e possibilitando redução nos custos com alimentação e mão-de-obra durante a fase de terminação, gerando maior retorno econômico da atividade.


Girolando uma raça de futuro

O início dessa raça começou em 1979 com uma ação do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) que criou o Programa Pró-cruza. O objetivo era estudar todos os cruzamentos das raças existentes no Brasil com as raças puras de outros países, buscando encontrar uma que se adequasse a produção de leite e carne em nossas condições climáticas.O programa Pró-cruza durou 10 anos e ao final desse período constatou-se que o melhor cruzamento para a produção de leite era o cruzamento do Gir, raça pura indiana, com o Holandês, raça pura europeia, unindo a rusticidade do Gir e a alta produção de leite do Holandês, a melhor raça leiteira do mundo.
As normas para formação da raça Girolando, elaboradas em 1989, introduziram uma forma planejada de formação de “raça” bovina. Isto permitiu trabalhar com parâmetros objetivos, proporcionando mais probabilidade de acerto, diminuir o tempo gasto na execução da meta e fornecer maior segurança ao investimento financeiro dos criadores.O direcionamento dos acasalamentos busca a fixação do padrão racial, no grau de 5/8 Holandês + 3/8 Gir, objetivando um gado produtivo e padronizado, buscando a consolidação do Puro Sintético da Raça Girolando (PS), a raça propriamente dita. Quaisquer combinações entre a raça Holandesa e a raça Gir, e, seus mestiços poderão ser utilizados para obtenção do PS.CaracterísticasOs animais desta raça possuem estatura média, uma pelagem que pode ser: preta, preta mamona, mamona de preto, mamona clara, preta com branco, castanha, castanha mamona, mamona de castanha, castanha com branco, vermelha, vermelha com branco. Seus pelos são curtos e sua pele é solta e flexível.Possui cabeça descarnada, de comprimento e largura média; seu perfil é retilíneo e levemente convexo; o chanfro é de comprimento médio, sendo mais curto e largo nos machos e nas fêmeas é mais estreito e comprido; o espelho nasal é largo com narinas amplas e bem separadas entre si; as orelhas possuem tamanho mediano, posicionando-se para frente e para baixo.Seu pescoço é forte, alto, bem inserido à cabeça e ao tronco, sendo que nas fêmeas ele é longo e descarnado e nos machos é musculoso e mediano.Esta raça apresenta um peito forte, largo e amplo, com boa cobertura muscular e pouco depósito de gordura; o dorso e o lombo são retilíneos e musculosos; ventre desenvolvido e bem sustentado (mostrando boa capacidade digestiva); as ancas são afastadas e sem grande deposição de gordura; a garupa é proporcionalmente larga e comprida e com boa cobertura muscular; os membros são compridos, médios e bem afastados.AptidãoEsta raça pode ser caracterizada como produtora de leite pela funcionalidade e produtor de carne pela adaptabilidade. As vacas desta raça são excelentes produtoras de leite, sendo que possuem características fisiológicas e morfológicas que se adequam à produção nos trópicos, devido à sua capacidade de suporte do úbere, tamanho das tetas, pigmentação, fatores intrínsecos à lactação, bons aprumos, pés fortes, boa conversão alimentar, alta eficiência reprodutiva, entre outras características. Aproximadamente 80% do leite produzido no Brasil provêm desta raça.
Os bezerros nascem com um peso médio de 35 kg e sua velocidade de crescimento é excelente. Devido à sua docilidade e habilidade materna, esta raça é uma das mais utilizadas como receptora de embrião no Brasil.AdaptabilidadeO Girolando é uma raça rústica, que se adapta muito bem no clima tropical do Brasil. Possui capacidade de autorregulação do calor corporal, além de possuir pés fortes, hábitos de pastejo, capacidade ruminal, garantindo-lhe grande resistência e adequação ao meio ambiente. São também resistentes a parasitas, tanto internos quanto externos.



Conheçam a raça do momento.

O Senepol é uma raça de bovinos taurina, que é originária da ilha americana de Saint Croix, no Caribe, e que é voltada a produção de carne. Essa raça chegou ao Brasil há pelo menos 15 anos e trouxe ao país uma nova maneira de solucionar problemas e agilizar processos, fazendo com que o investidor aumente seu plantel e rentabilize de maneira mais rápida.O produtor tem no Senepol um animal com elevada taxa de crescimento com Ganho de Peso Diário que varia de 1,5 a 2,5 Kg por cabeça/dia. O animal também realiza uma rápida transformação de proteína vegetal em proteína animal com rápido crescimento para ciclo de engorda curto, e atingindo qualidade para abate, com maturação de peso e carcaça frigorífica em idades ainda precoces.Os bezerros desmamam com 50% a 60% do peso da mãe aos 8 meses de idade. E para a comercialização, a venda de bezerros Senepol tem preço de 30% a 50% acima da média do mercado de reposição.VantagensTouros-Pads-SenepolEssa raça se destaca também entre os que fazem do cruzamento industrial uma estratégia de lucro, a genética Senepol abranda e equilibra outras raças taurinas. Os resultados alcançados para quem utilizou touros Senepol em vacas Nelores, foram animais de maior resistência, peso e qualidade da carne, além de ter a redução do pelo comprido, do stress calórico e de dar o caráter mocho aos bezerros.O touro apresenta uma elevada libido, fazendo com que ele seja altamente indicado para programa de cruzamento industrial por meio da monta natural, programa de baixo custo e sem muitas complicações. Enquanto o Nelore, cobre de 25 a 30 vacas em média, o Senepol cobre de 50 a 60 vacas em cruzamento de campo. Por conta da taxa de crescimento rápido, os machos com 14 a 16 meses já podem ser direcionados para reprodução natural. As fêmeas da raça são férteis com primeira gestação já aos 24 meses.Em programas de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), há registros de touros que produzem até mil doses viáveis de sêmen por ejaculado, quando a média é de 250 a 300 doses em outras raças. Outra vantagem do touro Senepol é sua longevidade que com 18 a 20 anos ainda estão emprenhando e em lotes de produção.Regiões e climaQuanto a adaptabilidade, a raça pode ser criada em qualquer região do Brasil, tanto de clima quente, úmido ou árido e clima frios. O Senepol apresenta uma resistência imune elevada, sendo mais tolerante a carrapato, berne, diminuindo o gasto com medicação, caindo os custos da produção.Os animais dessa raça tem capacidade de reter maior quantidade de agua em seus tecidos, o que faz sua carne ter menor percentual de perda de agua em relação a outras raças.O investidor do gado Senepol ao engordar o rebanho conseguirá ter animais prontos para o abate com menos de 24 meses somente a pasto, em caso de sistema de semi-confinamento e confinamento poderá reduzir mais a idade de abate, elevando o giro da propriedade. O pecuarista consegue ainda uma maior remuneração na venda de suas carcaças.

conheçam a forca do Canchim.

Pecuarista Aposta no Cruzamento Industrial com Touros Canchim


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Obter um gado comercial de qualidade superior para atender ao mercado cada vez mais exigente e ao mesmo tempo explorar ao máximo a potencialidade de sua produção. Estes objetivos motivaram Fernando Lara, empresário do setor de publicidade, a escolher touros Canchim para o cruzamento industrial que faz em sua fazenda localizada em Itu, SP. "O Canchim é um gado que responde às exigências e gera excelentes resultados. É o tipo de produto que o frigorífico deseja. Por isso, na minha região, o produto de cruzamento com Canchim se tornou referência", garante Lara.

O criador conta que o rápido desenvolvimento e o ganho de peso - principais qualidades dos bezerros - podem ser percebidos logo após o nascimento. Os animais nascem com 35 a 40 kg e, na desmama, aos oito meses, tanto os machos como as fêmeas atingem em média 210 kg. "Essa precocidade certamente alavanca os negócios", diz Lara. Para antecipar o desenvolvimento ruminal da cria e torná-la menos dependente do leite da mãe - o que permite a rápida recomposição corporal da vaca para uma nova prenhez - o criador é adepto ao uso do creep feeding.

Lara utiliza 15 touros Canchim puros, comprados dos mais renomados criadores, como Mário Xavier, da Fazenda Santa Carolina, em Ibituva, PR; e Deniz Ferreira Ribeiro, da Fazenda Água Marinha, em Águas de Santa Bárbara, SP. Há anos, ele trocou a inseminação artificial pela monta natural a campo. Como cada um de seus reprodutores cobre, em média, 40 a 50 vacas por estação de monta - uma taxa de prenhez de 90% -- são produzidos todo ano entre 450 e 500 bezerros.

O Canchim é conhecido pelo pecuarista há mais de 20 anos. Seu pai, um produtor de gado leiteiro, conhecia o trabalho de Antonio Teixeira Vianna, que em 1935 começou os trabalhos experimentais para a formação da raça na Fazenda Canchim, em São Carlos, hoje sede da Embrapa Pecuária Sudeste. Ele comprou, então, alguns touros Canchim para colocar na vacada. Entusiasmado com os resultados, passou a criar Canchim puro, utilizando touros top da raça na inseminação, mas sem perder o foco na produção do meio sangue a partir do cruzamento entre Canchim e Nelore, cuja heterose potencializa o ganho de peso.

As observações feitas pelo pecuarista são respaldadas por pesquisas científicas. De acordo com a Embrapa, por possuir em sua constituição genética 5/8 de Charolês, o Canchim transmite aos seus filhos as características desejáveis dessa raça, como tamanho, velocidade de crescimento, qualidade da carcaça e cor favorável da pelagem. Já dos 3/8 herdados do Zebu, transmite a grande versatilidade em termos adaptação a vários tipos de ambiente.

Segundo Pedro Franklin Barbosa, pesquisador aposentado pela Embrapa Pecuária Sudeste, o uso de touros da raça Canchim em cruzamento com fêmeas de composição genética diferente permite o aproveitamento de níveis consideráveis de heterose (vigor híbrido) e de complementaridade. Outra razão é a garantia da oferta de reprodutores com avaliação genética para várias características, já que o gado conta com um programa de melhoramento genético realizado pela Associação Brasileira de Criadores de Canchim em parceria com a Embrapa-Geneplus, de Campo Grande.

Da década de 1970 para cá, estudos e observações em vários criatórios mostram que bezerros filhos de touros Canchim com vacas Zebu (principalmente Nelore) pesavam de 15 a 30 kg a mais aos dois anos de idade do que os zebuínos puros. Considerando o mesmo rendimento de carcaça (50%) para ambos os grupos genéticos, isso representa vantagem dos cruzados Canchim x Zebu de 0,5 a 1,0 @ por animal.

Obter um gado comercial de qualidade superior para atender ao mercado cada vez mais exigente e ao mesmo tempo explorar ao máximo a potencialidade de sua produção. Estes objetivos motivaram Fernando Lara, empresário do setor de publicidade, a escolher touros Canchim para o cruzamento industrial que faz em sua fazenda localizada em Itu, SP. "O Canchim é um gado que responde às exigências e gera excelentes resultados. É o tipo de produto que o frigorífico deseja. Por isso, na minha região, o produto de cruzamento com Canchim se tornou referência", garante Lara.



O criador conta que o rápido desenvolvimento e o ganho de peso - principais qualidades dos bezerros - podem ser percebidos logo após o nascimento. Os animais nascem com 35 a 40 kg e, na desmama, aos oito meses, tanto os machos como as fêmeas atingem em média 210 kg. "Essa precocidade certamente alavanca os negócios", diz Lara. Para antecipar o desenvolvimento ruminal da cria e torná-la menos dependente do leite da mãe - o que permite a rápida recomposição corporal da vaca para uma nova prenhez - o criador é adepto ao uso do creep feeding.


Lara utiliza 15 touros Canchim puros, comprados dos mais renomados criadores, como Mário Xavier, da Fazenda Santa Carolina, em Ibituva, PR; e Deniz Ferreira Ribeiro, da Fazenda Água Marinha, em Águas de Santa Bárbara, SP. Há anos, ele trocou a inseminação artificial pela monta natural a campo. Como cada um de seus reprodutores cobre, em média, 40 a 50 vacas por estação de monta - uma taxa de prenhez de 90% -- são produzidos todo ano entre 450 e 500 bezerros.


O Canchim é conhecido pelo pecuarista há mais de 20 anos. Seu pai, um produtor de gado leiteiro, conhecia o trabalho de Antonio Teixeira Vianna, que em 1935 começou os trabalhos experimentais para a formação da raça na Fazenda Canchim, em São Carlos, hoje sede da Embrapa Pecuária Sudeste. Ele comprou, então, alguns touros Canchim para colocar na vacada. Entusiasmado com os resultados, passou a criar Canchim puro, utilizando touros top da raça na inseminação, mas sem perder o foco na produção do meio sangue a partir do cruzamento entre Canchim e Nelore, cuja heterose potencializa o ganho de peso.


As observações feitas pelo pecuarista são respaldadas por pesquisas científicas. De acordo com a Embrapa, por possuir em sua constituição genética 5/8 de Charolês, o Canchim transmite aos seus filhos as características desejáveis dessa raça, como tamanho, velocidade de crescimento, qualidade da carcaça e cor favorável da pelagem. Já dos 3/8 herdados do Zebu, transmite a grande versatilidade em termos adaptação a vários tipos de ambiente.


Segundo Pedro Franklin Barbosa, pesquisador aposentado pela Embrapa Pecuária Sudeste, o uso de touros da raça Canchim em cruzamento com fêmeas de composição genética diferente permite o aproveitamento de níveis consideráveis de heterose (vigor híbrido) e de complementaridade. Outra razão é a garantia da oferta de reprodutores com avaliação genética para várias características, já que o gado conta com um programa de melhoramento genético realizado pela Associação Brasileira de Criadores de Canchim em parceria com a Embrapa-Geneplus, de Campo Grande.


Da década de 1970 para cá, estudos e observações em vários criatórios mostram que bezerros filhos de touros Canchim com vacas Zebu (principalmente Nelore) pesavam de 15 a 30 kg a mais aos dois anos de idade do que os zebuínos puros. Considerando o mesmo rendimento de carcaça (50%) para ambos os grupos genéticos, isso representa vantagem dos cruzados Canchim x Zebu de 0,5 a 1,0 @ por animal.

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