Boi .7.7.7 e seu conceito.

Entenda o Conceito do Boi 7.7.7




O conceito boi 7.7.7, segundo o coordenador de conteúdo do Circuito ExpoCorte, Diede Loureiro, determina que o bovino no desmame tenha 7@ (arrobas), na recria 7@ e na engorda e terminação 7@, sendo desta forma abatido com 21@ aos 24 meses de idade.

O conceito boi 7.7.7 foi desenvolvido por pesquisadores do Pólo Regional da Alta Mogiana, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) de São Paulo.

Segundo Diede Loureiro, o sistema traz para a produção um animal mais eficiente e mais arrobas por hectare, impactando na rentabilidade do produtor e trazendo mais qualidade de carne para o consumo.


“No Circuito ExpoCorte vamos discutir metas para isso nas fazendas. O boi 7.7.7 é um animal que não deve passar por nenhum tipo de intempérie. É um conceito fácil, porém é preciso seguir uma série de etapas para conseguir o objetivo esperado”, comenta Diede.

O coordenador de conteúdo do Circuito ExpoCorte explica que o custo de produção do boi 7.7.7 varia, ou seja, é adequado conforme a propriedade. “Esse boi requer investimento para que se tenha rentabilidade. É possível aumentar a rentabilidade pelo aumento da produção de arrobas por hectare. Até 2024 o mercado irá apresentar crescimento, mas o rebanho e a área não se caso não se invista em tecnologia. Em Mato Grosso o conceito boi 7.7.7 já é aplicado em algumas propriedades ao menos há três anos”, salientou Diede.
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TRATAMENTO VETERINÁRIO AGROVITTA: Boi .7.7.7 e seu conceito.

TRATAMENTO VETERINÁRIO AGROVITTA: Boi .7.7.7 e seu conceito.: Entenda o Conceito do Boi 7.7.7 O conceito boi 7.7.7, segundo o coordenador de conteúdo do Circuito ExpoCorte, Diede Loureiro, d...

Ração balanceada para Suínos .

Nutrição.

  1. Avaliando a série histórica dos custos de produção de suínos no Brasil, em média, a alimentação nas granjas estabilizadas e de ciclo completo corresponde à 65% do custo. Em épocas de crise na atividade o valor atinge a cifra de 70 a 75%. Isto significa, por exemplo, que se a conversão alimentar de rebanho for de 3,1 e a alimentação representar 70% dos custos de produção, a equivalência mínima entre preços deverá ser de 4,4 ( o preço do suíno deverá ser no mínimo 4,4 vezes superior ao preço da ração) para que o produtor equilibre os custos de produção com o preço de venda dos animais. Neste aspecto a possibilidade de auferir lucros com a suinocultura depende fundamentalmente de um adequado planejamento da alimentação dos animais. Isso envolve a disponibilidade de ingredientes em quantidade e qualidade adequada a preços que viabilizem a produção de suínos. A obtenção de lucros também exige a combinação adequada dos ingredientes para compor dietas balanceadas nutricionalmente, para cada fase de produção, visando atender às exigências nutricionais específicas. Em termos médios, em uma granja estabilizada de ciclo completo, para cada porca do plantel produzindo 20 leitões ao ano e terminados até os 105 kg de peso de abate, é necessário dispor de 7.000 kg de ração com um gasto médio de 240 kg de núcleo, 5.260 kg de milho e 1.500 kg de farelo de soja. Ainda, considerando uma relação média de 2,8 litros de água potável ingerida para cada kg de ração consumida, estima-se um gasto anual de 19,6 mil litros de água potável para cada porca e sua produção. A aplicação dos conhecimentos de nutrição deve contribuir para a preservação do ambiente e isto significa que o balanceamento das rações deve atender estritamente às exigências nutricionais nas diferentes fases de produção. O excesso de nutrientes na ração é um dos maiores causadores de poluição do ambiente, portanto, atenção especial deve ser dada aos ingredientes, buscando-se aqueles que apresentam alta digestibilidade e disponibilidade dos nutrientes e que sejam processados adequadamente, em especial quanto à granulometria(Referência n° 37). Em complementação, a mistura dos componentes da ração deve ser uniforme e o arraçoamento dos suínos deve seguir boas práticas que evitem ao máximo o desperdício. Através da nutrição e do manejo da alimentação e da água devem ser atendidas as necessidades básicas dos animais em termos de saciedade da fome e da sede, sem causar deficiências nutricionais clínicas ou subclínicas e sem provocar intoxicações crônicas ou agudas, aumentando a resistência às doenças. Os animais não devem ser expostos, via alimentação e água, à produtos químicos ou agentes biológicos que sejam prejudiciais para a produção e reprodução. No contexto do bem-estar animal, a nutrição deve assegurar o aporte adequado de nutrientes para a manutenção normal da gestação, para a ocorrência de partos normais e para uma produção adequada de leite que garanta o desenvolvimento normal dos leitões durante o período de lactação. Água O suíno deve receber água potável. Alguns parâmetros são importantes para assegurar a potabilidade e a palatabilidade da água: ausência de materiais flutuantes, óleos e graxas, gosto, odor, coliformes e metais pesados; pH entre 6,4 a 8,0; níveis máximos de 0,5 ppm de cloro livre, 110 ppm de dureza, 20 ppm de nitrato, 0,1 ppm de fósforo, 600 ppm de cálcio, 25 ppm de ferro, 0,05 ppm de alumínio e 50 ppm de sódio; temperatura inferior a 20° C. Ingredientes para rações Para compor uma ração balanceada é necessário a disponibilidade e combinação adequada de ingredientes, incluindo um núcleo ou premix mineral-vitamínico específico para a fase produtiva do suíno. Existem várias classes de alimentos quanto à concentração de nutrientes(Referência n° 17). De uma forma geral, é possível classificar os ingredientes pelo teor de energia, proteína, fibra ou minerais presentes. São esses os principais fatores nutricionais que determinam o seu uso para as várias fases de vida do suíno (Referência n° 39). Alimentos essencialmente energéticos São os que apresentam em sua composição, baseada na matéria seca, mais de 90% de elementos básicos fornecedores de energia. São utilizados em pequenas proporções como o açúcar, gordura de aves, gordura bovina, melaço em pó, óleo de soja degomado ou bruto ou, em proporções maiores, como no caso da raiz de mandioca integral seca. Alimentos energéticos também fornecedores de proteína São aqueles que possuem, geralmente, valor de energia metabolizável acima de 3.000 kcal/kg do alimento e, pela quantidade com que podem ser incluídos nas dietas, são também importantes fornecedores de proteína. São exemplos: a quirera de arroz, a cevada em grão, o soro de leite seco, o grão de milho moído, o sorgo baixo tanino, o trigo integral, o trigo mourisco, o triguilho e o triticale, entre outros. Alimentos energéticos com médio a alto teor de fibra Esses alimentos têm energia metabolizável acima de 2.600 kcal/kg e teor de fibra bruta acima de 6%. São exemplos: o farelo de arroz integral, o farelo de amendoim, a aveia integral moída, o farelo de castanha de caju, a cevada em grão com casca, a polpa de citrus, o farelo de coco, a torta de dendê, o grão de guandu cozido, a raspa de mandioca (de onde foi extraído o amido) e o milho em espiga com palha. Alimentos fibrosos com baixa concentração de energia e médio teor de proteína Possuem teor de proteína bruta maior que 17%, de fibra acima de 10% e concentração de energia metabolizável menor que 2.400 kcal/kg. São exemplos: o feno moído de alfafa, o farelo de algodão, o farelo de babaçu, o farelo de canola e o farelo de girassol. Alimentos fibrosos com baixa concentração em proteína São os ingredientes que possuem teor de proteína abaixo de 17%, mais de 6% de fibra bruta e valor máximo de energia de 2400 kcal/kg de alimento. São exemplos: o farelo de algaroba, o farelo de arroz desengordurado, o farelo de polpa de caju, a casca de soja e o farelo de trigo. Alimentos protéicos com alto teor de energia Os representantes dessa classe possuem mais de 36% de proteína bruta e valor de energia metabolizável acima de 3.200 kcal por kg de alimento. São exemplos: o leite desnatado em pó, a levedura seca, o glúten de milho, a farinha de penas e vísceras, a farinha de sangue, a soja cozida seca, a soja extrusada, o farelo de soja 42% PB, o farelo de soja 45% PB, o farelo de soja 48% PB e a soja integral tostada. Alimentos protéicos com alto teor de minerais A inclusão desses ingredientes em rações para suínos é limitada pela alta concentração de minerais que apresentam. São exemplos: as farinhas de carne e ossos com diferentes níveis de PB e a farinha de peixe. Alimentos exclusivamente fornecedores de minerais São fontes de cálcio, de fósforo, de cálcio e fósforo ao mesmo tempo e de sódio. Como exemplos mais comuns temos o calcário calcítico, o fosfato bicálcico, o fosfato monoamônio, a farinha de ossos calcinada, a farinha de ostras e o sal comum. Avaliação dos alimentos Os grãos de cereais e outras sementes variam sua composição em nutrientes, principalmente em função da variedade, tipo de solo onde foram produzidos, adubação utilizada, clima, período e condições de armazenamento. As forrageiras apresentam variação principalmente com a variedade, a idade da planta, tipo de solo e adubação, clima, processamento (fenação, ensilagem), além de período e condições de armazenamento. A principal causa de variação na composição dos subprodutos de indústria é o tipo de processamento utilizado, além de variações diárias dentro do mesmo tipo de processamento, bem como a conservação do produto. Desta forma, para viabilizar a formulação de rações com base em valores de nutrientes o mais próximo possível da realidade, deve-se lançar mão de análises de laboratório, que indicarão a real composição em nutrientes das matérias-primas disponíveis. Preparo das rações Para a maioria das fases, uma formulação adequada é obtida com a combinação dos alimentos energéticos também fornecedores de proteína com alimentos protéicos com alto teor de energia. A complementação dos demais nutrientes deve ser feita com os alimentos exclusivamente energéticos, alimentos protéicos com alto teor de minerais e alimentos exclusivamente fornecedores de minerais. O uso de aminoácidos sintéticos pode ser vantajoso na redução de custos da ração, necessitando, no entanto, orientação técnica específica. Sempre deverá ser feita a inclusão de premix vitamínico e de micro-minerais. O Núcleo é um tipo especial de premix que já contém o cálcio, o fósforo e o sódio, além das vitaminas e micro-minerais necessários, por isso, na maioria das vezes, dispensa o uso dos alimentos exclusivamente fornecedores de minerais. Esses produtos devem ser utilizados dentro de 30 dias após a data de sua fabricação e ser mantidos em lugares secos e frescos, de preferência em barricas que minimizem a ação da luz. O uso de promotores de crescimento nas rações deve atender à legislação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), bem como atender aos seguintes critérios, simultaneamente: eficiência do ponto-de-vista econômico; rastreabilidade na ração; segurança para a saúde humana e animal; ausência de efeitos negativos sobre a qualidade da carne e compatibilidade com a preservação ambiental. Os leitões novos não admitem ingredientes de baixa digestibilidade ou alimentos fibrosos na dieta, enquanto um alto teor de fibra na dieta é adequado para as matrizes até os 80 dias de gestação. Os cuidados com o preparo das rações somam-se aos esforços de formular uma dieta contendo ingredientes com composição e valor nutricional conhecidos e atendendo às exigências nutricionais dos suínos. Qualquer erro em uma ou mais etapas do processo de produção de rações pode acarretar em prejuízos econômicos expressivos, já que os gastos com a alimentação correspondem à maior parte do custo de produção dos suínos. Formulação das rações Usar fórmulas específicas para cada fase da criação (pré-inicial, inicial, crescimento, terminação, gestação e lactação) elaboradas por técnicos especializados, ou que sejam indicadas nos rótulos dos sacos de concentrados e núcleos. Ler com atenção as indicações dos produtos e seguir rigorosamente suas recomendações. Para atender às necessidades diárias de nutrientes de cachaços adultos, a dieta deve conter, no mínimo, os mesmos níveis nutricionais de uma dieta de gestação (Tabela 10). As matrizes em gestação recebem arraçoamento de forma controlada, razão pela qual é possível preparar uma ampla variedade de rações com níveis nutricionais diferenciados. Os níveis sugeridos na Tabela 10 representam um padrão compatível com a recomendação de fornecimento de ração referida no Capítulo 13. Também podem ser usados ingredientes fibrosos (alternativos) para alimentar as matrizes em gestação, devendo, nesse caso, ser revista a quantidade de ração diária a ser fornecida. A ração de lactação deve ter alta concentração em nutrientes porque a demanda em nutrientes para a produção de leite é muito alta. Os níveis apresentados na Tabela 10 referem-se a um consumo médio diário de 6 kg de ração por matriz. Tabela 10. Níveis nutricionais recomendados para as diferentes fases de produção (Referência n° 12) . Nutrientes Ração Gestação Ração Lactação Ração Pré-inicial Ração Inicial Ração Crescimento Ração Terminação Energia metabolizável (Kcal/kg) 3210 3300 3360 3300 3280 3250 Proteína bruta (%) 13,5 18,0 18,0 16,0 15,0 13,0 Lisina (%) 0,60 1,00 1,40 1,15 0,85 0,72 Metionina (%) 0,18 0,34 0,42 0,35 0,27 0,20 Metionina + Cistina (%) 0,39 0,70 0,84 0,70 0,56 0,44 Treonina (%) 0,40 0,65 0,84 0,75 0,60 0,46 Triptofano (%) 0,12 0,20 0,25 0,21 0,16 0,13 Cálcio (%) 0,75 1,20 0,90 0,85 0,72 0,50 Fósforo total (%) 0,60 0,85 0,75 0,70 0,60 0,40 Fósforo disponível (%) 0,32 0,65 0,55 0,40 0,28 0,19 Sódio (%) 0,15 0,20 0,15 0,15 0,15 0,15 Obs: Os microminerais e as vitaminas necessárias são obtidas pela inclusão de núcleo ou premix mineral vitamínico na proporção recomendada pelo fabricante. A alimentação dos leitões durante o período que ficam na maternidade e na creche é um dos fatores mais críticos na produção de suínos. Os animais recebem em curto período de vida dois a três tipos de ração, dependendo da idade de desmame (Referência n° 09). No desmame realizado aos 21 dias de idade podem ser fornecidos dois tipos de ração pré-inicial que são fundamentais para um bom desempenho e que se diferenciam em termos de qualidade, pela maior digestibilidade dos ingredientes. Para a formulação da ração pré-inicial 1, recomenda-se o uso de 15% a 20% de soro de leite em pó, 10% de leite desnatado em pó e 3% a 5% de gordura ou óleo. Caso tenha disponível farinha de carne ou farinha de peixe de boa qualidade, pode-se utilizar 5% na dieta em substituição ao leite desnatado em pó. A ração pré-inicial 2 pode ser preparada com a inclusão de 10% de soro de leite em pó e 1% a 3% de gordura ou óleo para junto com o milho, farelo de soja (em limite de inclusão de 12%) e núcleo de boa qualidade para compor uma ração nutricionalmente adequada para essa fase. A ração pré-inicial 2 deve ser preparada com cuidado especial para evitar os problemas digestivos e as diarréias do pós-desmame. Isso é possível com o uso de ingredientes e núcleos dentro das normas de qualidade. O cuidado na escolha de um núcleo de comprovada qualidade é de fundamental importância para obter sucesso na produção de leitões nessa fase. Na fase inicial deve-se formular as dietas tendo como ingredientes base preferencialmente o milho e o farelo de soja, porém já é possível a utilização de ingredientes alternativos como, por exemplo, cereais de inverno (trigo, triticale, aveia, entre outros), subprodutos do arroz, mandioca e seus subprodutos, porém em níveis de inclusão baixos. Se houver dificuldade de formular as rações pré-inicial e inicial, contendo os ingredientes especificados em cada uma delas, a solução é a aquisição de ração comercial pronta específica para cada fase, sempre de fornecedores idôneos e que tenham registro no Mapa para a produção e comercialização de rações. A experiência de outros produtores da região que alcançaram sucesso com a produção de leitões pode ser importante para identificar os fornecedores e fabricantes de rações idôneos. As opções de dietas para suínos na fase de crescimento (22 a 55 kg de peso vivo) e terminação (55 a 115 kg de peso vivo) são muito variadas. Nessas fases, pode-se lançar mão de inúmeros alimentos alternativos, os quais poderão proporcionar uma redução no custo da alimentação, em relação à uma dieta de milho e farelo de soja. Recomenda-se que o número de rações na fase de terminação seja aumentado de 1 para 2 sempre que o peso de abate for próximo a 120 kg. Nesse caso, a ração terminação 1 será fornecida dos 50 até os 80 kg, contendo os níveis nutricionais apresentados na Tabela 10 e a ração terminação 2 será fornecida dos 80 kg até o peso de abate, contendo uma redução de 8% nos níveis nutricionais da ração terminação 1 exceto para o nível de energia metabolizável que deverá apresentar um valor de 3.200 Kcal/kg. Pesagem dos ingredientes Pesar cada ingrediente que entra na composição da dieta, conforme a quantidade que entra na fórmula. O uso de balanças é indispensável. Além disso, as balanças devem apresentar boa precisão e sensibilidade, evitando-se o uso de balanças de vara. A utilização de baldes ou outro sistema para medir o volume, em vez do peso, não deve acontecer, pois há erros decorrentes da variação nas densidades de diferentes ingredientes ou de diferentes partidas de um mesmo ingrediente. Mistura dos ingredientes Misturar previamente o premix ou o núcleo contendo minerais e vitaminas, antibióticos e outros aditivos com cerca de 15kg de milho moído ou outro grão moído, antes de adicioná-lo aos outros ingredientes que farão parte da mistura. Essa pré-mistura pode ser realizada em misturador em "Y", tambor ou ainda com o uso de um saco plástico resistente, agitando-se o conteúdo vigorosamente durante algum tempo até notar-se que as partes apresentam-se distribuídas com certa homogeneidade (Referência n° 25). Para misturar os ingredientes usar misturadores. A mistura de ração com o uso das mãos ou com pás não proporciona uma distribuição uniforme de todos os nutrientes da ração, ocasionando prejuízos ao produtor devido ao pior desempenho dos animais. Para facilitar a distribuição dos ingredientes, coloca-se no misturador em funcionamento, primeiro o milho moído, ou o ingrediente de maior quantidade indicado na fórmula, depois o segundo ingrediente em quantidade e assim sucessivamente. Após aproximadamente 3 minutos de funcionamento do misturador, retirar cerca de 40 kg da mistura e reservar. A seguir, colocar no misturador o premix ou núcleo previamente misturado com o milho e misturar por mais 3 minutos. Finalmente, recolocar os 40 kg da mistura retirados anteriormente e observar o tempo de mistura. O misturador deve ser sempre limpo após o uso, tomando-se toda a cautela para evitar acidentes. Tempo de mistura O tempo de mistura, após colocar todos os ingredientes, deve ser o indicado pelo fabricante do misturador. Entretanto, é recomendável que se determine, pelo menos uma vez, o tempo de mistura na granja para se ter uma idéia de qual é o tempo ideal. Em geral, o tempo ideal de mistura, em misturadores verticais, é de 12 a 15 minutos, após carregá-lo com todos os ingredientes. Porém, há misturadores verticais que apresentam tempo ótimo de mistura de 3 minutos e outros de 19 minutos. Daí a necessidade de se determinar o tempo ideal de mistura. Misturas realizadas abaixo ou acima da faixa ideal de tempo não são de boa qualidade, uma mesma partida terá diferentes quantidades de nutrientes, o que acarretará desuniformidade dos lotes e perdas econômicas para o produtor. As misturas realizadas acima do tempo ideal acarretam gastos desnecessários com energia e mão-de-obra. Aconselha-se que a cada 3 minutos seja retirada e recolocada imediatamente no misturador uma quantidade de ração, de cerca de 30 kg. Isso fará com que o material que estava parado nas bocas de descarga seja também misturado. Forma física da ração As rações secas destinadas à alimentação de suínos podem ser apresentadas sob duas formas: farelada ou peletizada. A forma farelada é a mais usual e é usada nas granjas que misturam as rações na propriedade, enquanto que a forma peletizada deve ser a preferencial a ser adotada quando a ração é adquirida pronta. Com a peletização é observada uma melhoria média em 6,2% no ganho de peso, 1,2% no consumo de ração e 4,9% na conversão alimentar. O efeito da peletização sobre a melhoria na conversão alimentar ocorre sob 3 diferentes modos: redução das perdas; melhoria na digestibilidade dos nutrientes e menor gasto de energia para ingestão da ração. Arraçoamento Considerando uma matriz mantida em ciclo completo, o consumo total de rações por fase produtiva dos suínos durante um ano corresponde à 11% na gestação, 6% na lactação, 13% pelos leitões na creche, e 70% pelos suínos no crescimento e terminação. Desta forma, o manejo da alimentação na fase de crescimento e terminação assume importância fundamental para o máximo rendimento econômico na atividade. Quando avaliado sob o ponto de vista da quantidade de nutrientes fornecidos aos suínos, em um determinado intervalo de tempo, existem essencialmente três sistemas de alimentação: à vontade, controlada por tempo e com restrição. Alimentação à vontade No sistema de alimentação à vontade, os nutrientes necessários para expressar o máximo potencial de produção ou ganho de peso são fornecidos na proporção e quantidade suficiente. A ração está à disposição do animal para consumo o tempo todo e a quantidade total consumida depende do apetite do suíno. É o sistema adotado preferencialmente para leitões nas fases inicial e de crescimento, visando aproveitar o máximo potencial de deposição de tecido magro aliado ao máximo ganho de peso. O consumo médio à vontade na fase de crescimento é de aproximadamente 1,900 kg e na fase de terminação é de 2,900 a 3,100 kg por suíno por dia, dependendo da genética. Na Tabela 11 são apresentados, com base no peso vivo, os espaços mínimos de comedouro para cada suíno alimentado à vontade. Alimentação controlada No sistema de alimentação controlado por tempo, os suínos recebem várias refeições ao dia que são controladas por determinados períodos de tempo, nos quais o suíno consome a ração à vontade. Por exemplo, consumo à vontade por um período de 30 minutos, quando são realizadas duas refeições ao dia. Alimentação restrita No sistema de alimentação com restrição, um ou mais nutrientes são fornecidos na quantidade ou proporção não suficiente para permitir o máximo ganho de peso. As quantidades são restritas a níveis abaixo do máximo consumo voluntário e podem ser fornecidas em uma só vez, ou ser divididas em várias porções iguais durante o dia. O objetivo da restrição para suínos em terminação é a redução da quantidade de gordura e o aumento da proporção de tecido magro na carcaça(Referência n° 08). A restrição alimentar está baseada na proporção relativa que cada componente do ganho de peso assume em função da intensidade desse ganho nas diversas fases de vida do suíno. Durante a fase inicial (até 20kg de peso vivo) e no crescimento (até 55kg de peso vivo), a deposição de tecido muscular é alta enquanto a deposição de gordura é baixa. Com o avançar da idade, a taxa de ganho em tecido magro atinge um platô, isto é, um nível máximo, enquanto a taxa de deposição de gordura aumenta, assumindo a maior proporção do ganho de peso. Assim, na fase de terminação, o objetivo é restringir o ganho de peso diário, reduzindo uma fração do ganho de gordura, de modo a não permitir uma deposição excessiva dessa gordura na carcaça. Sob condições nutricionais adequadas e para cada genótipo específico, a determinação do ganho de peso ideal (que maximiza a percentagem de carne na carcaça) é o ponto de partida que permite a recomendação ou não da restrição alimentar. Existe uma relação direta entre deposição de gordura na carcaça e conversão alimentar, porque o gasto energético para formar tecido adiposo é muito maior do que para a deposição de tecido magro. Isso implica em que quanto maior a deposição de gordura, pior é a conversão alimentar. As diferenças genéticas quanto ao potencial para deposição de carne ou gordura podem ser observadas quando são fornecidas quantidades crescentes de energia e nutrientes através da ração aos animais. Em determinado consumo de ração, linhagens menos selecionadas atingem seu máximo de deposição de carne, enquanto que linhagens altamente selecionadas atingem esse máximo com um maior consumo de ração, propiciando maior deposição diária de carne. Em sistemas de alimentação convencionais, que não consideram as diferenças entre os animais quanto ao aspecto genético, pode-se incorrer em duplo erro. Os animais com baixa taxa de ganho em carne consomem quantidade de proteínas superior a sua capacidade de uso, enquanto os suínos de crescimento superior à média podem não otimizar seu potencial de crescimento devido à limitação na ingestão de proteína, ou depositar maior quantidade de gordura como conseqüência de um aumento na ingestão, na tentativa de atender a sua exigência de proteína/aminoácidos. Está evidente que podem ser obtidos benefícios, se as características de crescimento próprias de cada linhagem forem consideradas quando da formulação das dietas. Na restrição alimentar é necessário que todos os animais alojados na baia tenham acesso simultâneo ao comedouro e, dessa forma, o espaço ao comedouro é uma função do peso do animal. A área a mais que o comedouro ocupa, no caso da restrição, reduz a capacidade da instalação, podendo alcançar valores de 12% a 17% por baia. Na Tabela 11 são apresentados, com base no peso vivo, os espaços mínimos de comedouro para cada suíno criado com alimentação restrita. Tabela 11. Espaço linear (cm) mínimo de comedouro por suíno sob alimentação restrita e à vontade em função do peso vivo. Peso vivo (kg) Alimentação restrita Alimentação à vontade 10 14.0 3.5 40 22.0 5.5 50 23.5 5.9 60 25.0 6.3 70 26.5 6.6 80 27.5 6.9 90 28.5 7.1 100 29.5 7.4 Manejo da alimentação por sexo separado O fator sexo, pela ação dos hormônios sexuais, tem efeito sobre o potencial de crescimento, o consumo voluntário de alimento, a eficiência alimentar e a qualidade de carcaça em suínos na fase de crescimento-terminação. A capacidade de deposição de tecido muscular pelos suínos, quando sob a influência diferenciadora da atividade hormonal, obedece à seguinte ordem decrescente: machos inteiros, leitoas e machos castrados. A um mesmo peso de abate e sob a mesma nutrição, as fêmeas apresentam mais proteína, menos gordura e menos matéria seca na carcaça quando comparadas aos machos castrados. Machos inteiros e leitoas depositam menos gordura no regime alimentar à vontade porque têm maior potencial de crescimento muscular e maior gasto energético para mantença quando comparados aos castrados. Sob o ponto de vista da alimentação, a instalação separada de machos castrados e fêmeas tem vantagens porque os machos castrados ingerem mais alimentos e mais rapidamente do que as leitoas e depositam mais gordura com menor idade, resultando em carcaças com menor porcentagem de carne. Quando os animais são alimentados com rações, contendo o mesmo nível nutricional e abatidos na mesma época, sem estratégia de peso de abate diferenciado, a instalação dos suínos por diferença de sexo proporciona carcaças mais magras porque as fêmeas não sofrerão a competição dos castrados pela ração, atingindo peso de abate mais cedo. Desta forma, todo lote pode ser abatido com até uma semana de antecipação o que pode representar, principalmente para os castrados, um aumento de até 1% na porcentagem de carne na carcaça. Se adicionalmente for adotado o arraçoamento diferenciado, aliado ao peso menor de abate para castrados, o produtor pode garantir um aumento de 1% a 2% na proporção de carne magra na carcaça, na média dos animais terminados. Nesta sistemática, as leitoas são alimentadas à vontade e os castrados com restrição de 5% aos 65kg de peso vivo, aumentando a restrição em 1% para cada 10kg de peso vivo até chegar à 10% na fase final da terminação. Finalmente, ainda existe a opção de fornecer dietas diferenciadas por sexo, aumentando a concentração nutricional na ração das fêmeas. conforme solicitado pelo nosso amigo Araujo via whattsapp.

Conheçam o Nelore da Avicultura.

 
   O índio gigante surgiu do cruzamento das raças combatentes, Shamo, Malaio e de galinhas caipiras Brasileiras, mesmo tendo em sua formação as raças de galos combatentes é uma raça dócil que convivem bem entre si ou com outras raças.

     Com o melhoramento genético se criou essa raça maravilhosa que vem ganhando conhecimento e espaço por todo o país, sendo para um simples melhoramento genético em galinhas caipiras ou também como aves ornamentais se tornando um investimento com bom retorno financeiro para aqueles que querem investir em formação de plantel para futuramente comercializar.

     O índio Gigante que se caracteriza pelo tamanho, precocidade, rusticidade, carne extremamente saborosa e macia, apresentando todas as características de uma ave caipira comum, entretanto, as fêmeas produzem em média 60% mais ovos que as galinhas comuns e iniciam sua postura mais cedo aos 7 meses, os machos iniciam sua vida reprodutiva dos 7 para 8 meses e medem mais de 1 m, no nosso criatório chegam a 116cm e pesar mais de 8 kg. Outra vantagem é o tempo de abate, enquanto um caipira comum leva cerca de 10 meses para atingir 3 kg, o índio gigante atinge esse peso ou mais com apenas 4 meses.








A raça segundo a ANACIG/BC (Associação Nacional de Amigos Criadores de Índio Gigante e Índio Bico Curto).

Padrão Índio Gigante:


CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA ÍNDIO GIGANTE
  • Família: Phasianidae.
  • Subfamília: Phasianinae.
  • Gênero: Gallus.
  • Espécie: Domésticus.
  • Raça: ÍNDIO GIGANTE.
ORIGEM DA RAÇA
  • País de origem: Brasil
  • Raças formadoras: Descendente das raças combatentes (rinha), Raças Puras (Shamo e Malaio) e galinha caipira Brasileira (Sem Raça Definida).
  •  Aptidão: Ornamental.
ALTURA, PESO, COLORAÇÃO E TAMANHO DOS OVOS.
  • Altura Fêmea: A partir de 85 cm.
  • Peso Fêmea: A partir de 3 kg.
  • Coloração dos Ovos: Branco, bege, vermelho, azul e verde.
  • Tamanho dos Ovos:  Médio a grande.
  • Altura Macho: A partir de 1 metro.
  • Peso Macho: A partir de 4,5kg.










INÍCIO DE POSTURA, QUANTIDADE DE OVOS POR ANO E VIDA REPRODUTIVA DAS FÊMEAS:
  • Início de Postura: Aproximadamente 210 dias.
  • Postura Anual: Aproximadamente 160 ovos.
  • Vida Reprodutiva: Cinco anos em média, com queda gradativa a partir dos 3 anos.
  • Maturidade: Entra no período de maturidade aos oito meses, atingindo a plenitude aos quatorze meses.
INÍCIO DE VIDA REPRODUTIVA DOS MACHOS:
  • Reprodução: Início aos oito meses.
  • Maturidade:Entra no período de maturidade aos oito meses, atingindo a plenitude aos quatorze meses.
MORFOLOGIA
  • Porte: Gigante
  • Musculatura: Proeminente, destacando-se a musculatura do peito e da coxa.
  • Plumagem: Penas curtas, duras, ajustada ao corpo e de todas as cores.
  • Pele e Mucosa: Amarela.
  • Cabeça: De comprimento médio a grande, harmônica, convexa.
  • Crista: Ervilha (alta ou baixa) ou bola, TODAS bem definidas.
  • Face: Lisa ou com rugas.
  • Aurícula: Oval, lisa de tamanho moderado.
  • Olho: Grande, de todas as cores.
  • Bico: Médio, vigoroso, ligeiramente curvo, amarelo ou chifre.
  • Barbela: Ausência total, DUPLA com no máximo um cm (01 cm) ou Única (Barbela de Boi) sem restrição de tamanho, uniformes de textura fina e macia.
  • Pescoço (Macho): Comprido com esclavina abundante, flutuando sobre as espáduas, levemente arqueado, formando um S.
  • Pescoço (Fêmea): Comprido, levemente arqueado, proporcional, afinando para a cabeça.
  • Dorso: Médio a comprido, moderadamente largo em toda sua extensão e afinando até chegar à base da cauda, levemente arqueado.
  • Peito: Cheio, e saliente.
  • Asa: Ajustada ao corpo, terminando na base da cauda.
  • Cauda (Macho): Média a pequena, com foices bem destacadas e curvas, penas internas aparentes e penas externas cobrindo a base da cauda. (PODENDO SER ALTA, BAIXA OU MEDIA ALTURA).
  • Cauda (Fêmea): Média a pequena, mais fechada do que a do macho. (PODENDO SER DO TIPO: ALTA, BAIXA OU MEDIA ALTURA).
  • Coxa: Compridas e grossas, na vertical, com inserção no corpo bem proeminente.
  • Cor da Perna e Pé: Amarelo, laranja, palha.
  • Dedo: No total de quatro, longos e bem distribuídos.
OBSERVAÇÕES
PODERÃO OCORRER NASCIMENTOS DE ANIMAIS COM CRISTA SERRA, PÉS DE COLORAÇÕES: VERDE, PRETA OU ATÉ PENAS NAS CANELAS E PÉS. ESTES ANIMAIS SERÃO IMEDIATAMENTE DESCLASIFICADOS. COMO ÍNDIO GIGANTE.

Padrão Índio Bico Curto:
CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA ÍNDIO BICO CURTO:
  • Família: Phasianidae.
  • Subfamília: Phasianinae.
  • Gênero:Gallus.
  • Espécie:Domésticus.
  • Raça:ÍNDIO BICO CUTRO
ORIGEM DA RAÇA 
  • País de origem:índia.
  • Aptidão: Ornamental.
PESO, COLORAÇÃO E TAMANHO DOS OVOS. 
  • Peso Fêmea:A partir de 2
  • Coloração dos Ovos: Branco, bege,
  • Tamanho dos Ovos:  Médio a pequeno.
  • Peso Macho:A partir de 2,5kg

INÍCIO DE POSTURA, QUANTIDADE DE OVOS POR ANO E VIDA REPRODUTIVA DAS FÊMEAS:
  • Início de Postura: Aproximadamente 210 dias.
  • Postura Anual: Aproximadamente 130 ovos.
  • Vida Reprodutiva: Cinco anos em média, com queda gradativa a partir dos 3 anos.
  • Maturidade: Entra no período de maturidade aos oito meses, atingindo a plenitude aos quatorze meses.
INÍCIO DE VIDA REPRODUTIVA DOS MACHOS:
  • Reprodução: Início aos sete meses.
  • Maturidade:Entra no período de maturidade aos sete meses, atingindo a plenitude aos doze meses.
MORFOLOGIA
  • Porte: Médio
  • Musculatura: Proeminente, destacando-se a musculatura do peito e da coxa.
  • Plumagem: Penas curtas, duras, ajustada ao corpo e de todas as cores.
  • Pele e Mucosa: Amarela.
  • Cabeça: De comprimento médio a grande, harmônica, convexa.
  • Crista: Ervilha, flor ou bola.
  • Face: Lisa ou com rugas.
  • Aurícula: Oval, lisa de tamanho moderado.
  • Olho: Grande, de todas as cores.
  • Bico: Curto vigoroso, curvo, na cor preto, amarelo ou chifre.
  • Bico Medidas: Máximo 18 m.m para Fêmeas e 23 m.m para machos.
  • Barbela: Ausência total, DUPLA com no máximo um cm (01 cm) ou Única (Barbela de Boi) sem restrição de tamanho, uniformes de textura fina e macia.
  • Pescoço (Macho): Comprido com esclavina abundante, flutuando sobre as espáduas, levemente arqueado, formando um S. Aceitavél pescoço pelado.
  • Pescoço (Fêmea): Comprido, levemente arqueado, proporcional, afinando para a cabeça. Aceitável pescoço pelado.
  • Dorso: Médio a comprido, moderadamente largo em toda sua extensão e afinando até chegar à base da cauda, levemente arqueado.
  • Peito: Cheio, e saliente.
  • Asa: Ajustada ao corpo, terminando na base da cauda.
  • Cauda (Macho): Baixa, média a grande, com foices bem destacadas e curvas, penas internas aparentes e penas externas cobrindo a base da cauda.
  • Cauda (Fêmea): Baixa, média a grande, mais fechada do que a do macho.
  • Coxa: Curtas e grossas, na vertical, com inserção no corpo bem proeminente.
  • Cor da Perna e Pé: Aceitável todas as cores.
  • Dedo: No total de quatro, curtos e bem distribuídos
    .

LAMINITE.

Laminite: O que é e como tratar


Laminite
O que é:
Chamada popularmente de "aguamento", a Laminite é uma patologia que atinge o sistema locomotor de equinos. Sua ocorrência é bastante grande, e apesar de um estudo epidemiológico indicar que todas as raças são afetadas do mesmo modo, encontrou se uma maior incidência em cavalos Quarto de Milha, Árabes e PSI.
Ela é descrita como uma doença vascular periférica, com diminuição da perfusão capilar no interior da pata, necrose isquêmica (falta de sangue) das láminas, gerando inflamação e muita dor. Esta doença ocorre devido a manifestação local de um distúrbio metabólico mais sistêmico, que afeta o sistema cardiovascular, renal, endócrino, coagulação sanguínea e do equilíbrio ác.básico.
O que acontece nas patas afetadas?
Laminite
A falange distal (osso que fica no interior do casco), é presa no interior da parede do casco por lâminas. Na base da falange existem vasos sangüíneos que nutrem essas lâminas. O tendão flexor profundo se insere na superfície palmar (de trás) da falange distal (ele tem a função de flexionar esta região).
Na pata afetada com Laminite ocorre uma isquemia (diminui o suprimento de sangue) no interior do casco, as lâminas ficam inflamadas e podem necrosar, gerando muita dor. Em casos mais sérios o animal pode perder o estojo córneo.
Para entender melhor:
Como o tendão flexor está inserido na superfície da falange distal, ele "puxa" a falange para trás, fazendo esta rotar (isto ocorre na laminite crônica). Ela rota, pois as suas "amarras" foram soltas que eram as Lãminas necrosadas.
Rotação da falange distal (com a sua ponta perfurando a sola do casco). Podem ser afetadas as 4 patas, mais na maioria das vezes são afetadas somente os anteriores.
Porque esta patologia ocorre?
1. Alimentação:
A ingestão exagerada de CARBOIDRATOS (milho, trigo, cevada ou ração, na aveia não tão grave) ou a troca brusca de alimentação.
Laminite
O fornecimento de pasto muito viçoso, que contém trevos e alfafas, também podem gerar diarreia e virar em Laminite.
2. Água:
A ingestão de grandes quantidades de água fria em cavalos recém trabalhados (quentes, suados), pode gerar um choque térmico, levando a uma gastrointerite causando a laminite.
3. Sobretreinamento:
O trabalho pesado sobre um piso duro, em animais não condicionados fisicamente, pode gerar a laminite, ainda mais em animais que possuem a parede do casco e sola finas.
4. Cólicas:
A duodeno jejunite proximal (cólica pela inflamação do I.D.), gera endotoxemia e subsequentemente pode dar Laminite.
Laminite - Cólica
5. Retenção de Placenta / Endometrite:
A Laminite pode ocorrer em caso que haja retenção de placenta com ou sem endometrite.
6. Uso prolongado de Corticoides.
Sintomas e diagnóstico:
- Claudicação grave (manqueira);
- Aumento de pulso;
- Calor nos cascos afetados;
- Posição característica (para alívio dos membros afetados);
- Rotação da falange distal (crônica);
- Separação da faixa coronária (coroa do casco) no processo extensor.
O diagnóstico é óbvio.
Laminite
Posição característica para alívio dos membros afetados.
Tratamento:
Esta patologia é considerada uma emergência, podendo ser leve ou extremamente grave!
A Laminite aguda (nas primeiras 48hs, ou antes que a falange distal rote), deve ser tratada com:
- Gelo (colocar o membro afetado 3 ou 4 vezes ao dia);
- Fenilbutazona (analgésico com efeito antiplaquetário),
- Flunixim meglumine (efeito endotóxico),
- Ácido Acetilsalicílico (anticuagulante),
- Acepromazina (redução da hipertensão)ou a critério de cada veterinário;
- Alimentação a base de feno, podendo entrar com aveia com a melhora do caso;
- Antibiótico sistêmico / tópico (em alguns casos);
- Exercício controlado;
- Cama feita de areia;
- Ferradura em forma de coração para ajudar a evitar a rotação da falange.
Laminite
Prevenção:
Mantendo um manejo correto em relação à alimentação, exercícios e patologias relacionadas, podemos diminuir muito as chances de ocorrer a Laminite.


Milho





• Um pouco de história 4
• Origem 4
• Domesticação - Ação do homem 5
• Genética Clássica 6
• Milho híbrido 6
• Biotecnologia 7
• Presente e futuro 7
• Benefícios 8
• Segurança Ambiental 9
• Fluxo Gênico 9
• Segurança Alimentar 10
• Testes e avaliações 10
• Micotoxinas 10
• No Brasil 11
• Aprovações 11
• Entrave - Situação atual das avaliações 12
• Potencial brasileiro 13
• Milho e seus derivados 14
• Alimentação humana 14
• Alimentação animal 15

EXPEDIENTE
Coordenadora Geral:   Alda Lerayer
Editor Executivo: Antonio Celso Villari
Redação: Débora Marques
Consultores Técnicos: William da Silva - Unicamp
Ernesto Paterniani - Esalq/USP
Leonardo Sologuren - Céleres
Luciana Di Ciero - Esalq/USP
Apoio Operacional: Jacqueline Ambrosio
Erika Nakamura
Projeto Gráfico: Sérgio Brito
Imagens: Agência Estado / Arquivo CIB
2
MILHO • TECNOLOGIA DO CAMPO À MESA



O Conselho de Informações sobre Biotecnologia (www.cib.org.br) é uma organização não-gover-
namental e uma associação civil sem fins lucrativos e sem nenhuma conotação político-partidária ou ideológica. Seu objetivo básico é divulgar informa-
ções técnico-científicas sobre a Biotecnologia e seus benefícios, aumentando a familiaridade de todos os setores da sociedade com o tema.




Tecnologia do campo à mesa



Devido à importância da cultura do milho na economia mundial e ao enorme potencial de crescimento do Brasil nesse campo -, o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) oferece à sociedade este guia, que resume os principais avanços
técnico-científicos desenvolvidos neste cereal, desde o seu surgimento até a Biotecnologia, passando por questões importantes como segurança ambiental e alimentar.
A mais antiga espiga de milho conhecida é datada de 7.000 a.C. Com o passar dos anos, o alto nível de domesticação e o melhoramento genético tornaram a planta completamente dependente da ação do homem.
A aplicação da Biotecnologia no desenvolvimento de novas cul-
tivares é uma grande aliada do melhoramento genético, propiciando benefícios diretos a agricultores e consumidores.
Atualmente, em muitos países, grandes e pequenos produtores
usufruem dos benefícios do milho desenvolvido pela Biotecno-
logia - também chamado de geneticamente modificado (GM) e apresentam maior competitividade, principalmente conside-
rando a diminuição do número de aplicações de agroquímicos.
A Biotecnologia pode ser utilizada para o desenvolvimento de
variedades resistentes a pragas e tolerantes a herbicidas ou que
proporcionem melhor aproveitamento de água e nutrientes. Um
dos exemplos particularmente importante para os agricultores
do Brasil será o emprego do milho tolerante à seca, que poderá
auxiliar na utilização mais eficiente da água disponível.
Boa leitura!

3

Um pouco de história
Origem

O milho é uma espécie da família das gramíneas,

sendo o único cereal nativo do Novo Mundo. É o terceiro cereal mais cultivado no planeta (ver página 13). A cultura está espalhada numa vasta região
do globo, em altitudes que vão desde o nível do mar
até 3 mil metros.
Este cereal não é nativo do Brasil e, assim, é importante ressaltar que não somos o centro de origem dessa cultura, como, equivocadamente, muitos podem imaginar. Apenas o México e a Guatemala são considerados países que deram origem ao milho que
conhecemos hoje.
A mais antiga espiga de milho foi encontrada no vale do Tehucan, na região onde hoje se localiza o México, datada de 7.000 a.C. O Teosinte ou “alimento dos deuses”, como era chamado pelos maias, deu origem ao milho por meio de um processo de seleção artificial (feito pelo homem). O Teosinte ainda é encontrado na América Central.
Ao longo do tempo, o homem promoveu uma crescente domesticação do milho por meio da seleção visual no campo, considerando importantes características, tais como produtividade, resistência a doen-
ças e capacidade de adaptação, dentre outras, dando origem às variedades hoje conhecidas.

4
MILHO • TECNOLOGIA DO CAMPO À MESA

O Teosinte tem sido
apontado por por trabalhos
científicos como o parente
mais próximo do milho

Pela sua importância na economia
mundial, o milho já foi objeto de estudo de destacados
cientistas,
resultando em milhares de
trabalhos científicos,
e, atualmente, é um
dos principais temas
pesquisados pela
Genética e
Biotecnologia

Saiba também que...
• O milho descende do ancestral conhecido
como Teosinte, que é uma gramínea com várias
espigas sem sabugo, até hoje encontrado em
lavouras de milho na América Central. Pode cruzar naturalmente com o milho e produzir descendentes férteis.
• Esses cruzamentos com o Teosinte não agradam aos pequenos agricultores que cultivam va-
riedades locais, pois resultam em plantas de
baixa produtividade na geração seguinte.
• Depois do Teosinte, outro parente geneticamente mais distante do milho encontrado na
América Latina, inclusive no Brasil, é o Tripsacum, em alguns locais chamado de Capim
Guatemala. Ao contrário do Teosinte, milho e
Tripsacum não se cruzam na natureza em fun-
ção das diferenças genéticas significativas entre as duas espécies.

Um pouco de história
Domesticação - Ação do homem

A partir da gramínea Teosinte, na região hoje ocupada pelo México, o homem foi selecionando varia-
ções genéticas naturais, que, gradativamente, deram
origem ao milho domesticado. Inicialmente, os grãos
eram expostos fora da casca, formando um sabugo,
parecido com a forma que conhecemos atualmente.
Essa estrutura, que reteve os grãos e os organizou
em pequenos pares de fileiras, atraiu os nativos antecessores dos astecas.
Mais tarde, esses nativos, por meio de um processo
inconsciente de seleção, escolhiam as espigas mais
fáceis de serem colhidas e armazenadas. Isso levou,
naturalmente, à redução do número de espigas por

planta e ao aumento do número de fileiras de grãos
no comprimento das espigas, que se tornaram maio-
res.
Com o tempo, eram colhidas as plantas mais vigorosas, produtivas e de maior qualidade. Essas varia-
ções mais “fortes” contribuíram para o surgimento
de variedades com capacidade de adaptação em altas e baixas altitudes, como é o relevo da América
Central.

A domesticação do milho, realizada por indígenas americanos, foi tão intensa que o milho atualmente não sobrevive no campo sem a participação do homem

A imagem dá uma idéia clara de alterações
importantes que ocorreram ao longo da domesticação do milho, que passou de uma gramínea com
espigas de poucos grãos cobertos com uma casca dura (Teosinte, à
esquerda) até o milho
moderno (à direita,) com
grãos maiores descobertos
e presos ao sabugo, o que
não ocorre no ancestral
selvagem

Vale saber também que:
• Já na época do descobrimento das Américas,
o milho era o alimento base de todas as civilizações do continente. Das mais de 300 raças
de milho identificadas no mundo, praticamente
todas tiveram sua origem direta ou indireta nos
trabalhos pioneiros dessas civilizações pré-colombianas.
• Em 1493, quando retornou à Europa, Cristóvão Colombo levou consigo variedades de grãos
de milho. No final do século seguinte, o milho
já se encontrava estabelecido em todos os continentes, nos mais variados ambientes e climas.

5

Melhoramento genético
A Genética Clássica no desenvolvimento do milho

A partir do início do século XX, vários pro-
gramas de melhoramento genético usando bases científicas foram iniciados.
Técnica para

O desenvolvimento de linhas puras, ou li-
nhagens,  oriundas  do  processo  de
autofecundação (pólen da planta fecundan-
do a si própria) das plantas de milho por
várias gerações, e do vigor híbrido, ou
heterose - resultante do cruzamento des-
sas linhagens -, foram os responsáveis pelo
impulso que o melhoramento genético con-
vencional tomou no início do século passa-
do.
Esse conhecimento permitiu que os progra-
mas de melhoramento conseguissem intro-
duzir novas características ao milho como
resistência a doenças e pragas, maior pro-
lhamento, maior resposta às práticas de manejo, melhor qualidade nutricional e me-
nor tombamento e quebramento de plan-

obtenção de
linhagens puras de milho por
autofecundação ticipação de pesquisadores brasileiros foi
de extrema importância - fez com que o
milho se adaptasse a diferentes regiões,

teção dos grãos por meio do melhor empa- tas. Esse conjunto de melhorias - cuja par-   condições de clima, solo e finalidade de uso.

Milho híbrido

• Em 1909, o botânico e geneticista norte-ame-
ricano George Harrison Shull criou o primeiro es-
quema para a produção de sementes híbridas de
milho. Ele mostrou que, ao fecundar a planta com
o próprio pólen (autofecundação), eram produzidos descendentes menos vigorosos. Repetindo o
processo nas seis ou oito gerações seguintes, os
descendentes fixavam características agronômicas e econômicas importantes. Por meio da sele-
ção, esses descendentes tornavam-se semelhantes.
• As plantas que geravam filhos geneticamente semelhantes, e também iguais às mães, passa-
ram a ser chamadas de linha pura. Shull notou que duas linhas puras diferentes ao serem cruzadas entre si produziam descendentes com gran-
de vigor, chamado de vigor híbrido ou heterose, dando origem ao milho híbrido.

6
MILHO • TECNOLOGIA DO CAMPO À MESA

Os diferentes tipos de híbridos
1. O cruzamento de uma linha pura A com linha pura B dá origem à semente de um híbrido simples AxB.
2. Um híbrido simples AxB cruzado com uma linha pura C dá origem a um híbrido triplo (AxB)xC.
3. O cruzamento de dois híbridos
simples, AxB e CxD, produz um híbrido duplo (AxB)x(CxD)
Melhoramento genético
A contribuição da Biotecnologia
para o desenvolvimento de novas cultivares

Após a descoberta da estrutura da molécula básica
da vida, o DNA - e a revelação de que o código
genético correspondente é universal -, os pesquisa-
dores começaram a trabalhar, a partir da década de
70, com a possibilidade de adicionar características
específicas por meio da transferência de genes de
uma espécie para outra. Assim, uma planta pode ter
a qualidade nutritiva aprimorada ou adquirir a resistência a uma praga, a tolerância a um herbicida ou
a resistência à seca, ao frio, etc.
Surgia de fato a Biotecnologia como uma forte aliada aos programas de melhoramento convencional.
A possibilidade de contribuir com benefícios no médio prazo ao consumidor - e, de imediato, um au-
mento de competitividade ao agronegócio, principalmente ao serem consideradas as adequações de
custos -, fez com que pesquisadores de empresas
públicas e privadas do setor, universidades e centros
de pesquisas investissem nessa ciência. Recursos fi-
nanceiros e humanos foram direcionados para a
Biotecnologia como ferramenta de apoio aos programas de melhoramento. Com isso, ganha-se efi-
ciência, pois o cientista pode introduzir uma característica de interesse sem modificar as demais exis-
tentes na planta receptora do novo gene.

Presente
• Até agora, a maior parte dos trabalhos com milho ligados à Biotecnologia envolve o controle de insetos e tolerância a herbicidas.
• Muitos desses genes são provenientes do Bacillus thuringiensis (Bt), um
microrganismo encontrado no solo de várias regiões do Brasil. Essa bacté-
ria tem sido usada como inseticida biológico, desde a década de 60, por
meio da pulverização dos esporos sobre a lavoura. Ela não é tóxica para o
homem, mas apenas para os insetos-praga, e é amplamente utilizada na
agricultura orgânica.
• Diferentes genes Bt têm sido isolados e incorporados ao milho. Dentre eles, Cry1Ab, Cry1F e Cry1Ac, que produzem proteínas capazes de contro-
lar a população de lagartas, como a mais destrutiva praga do milho, a lagarta-do-cartucho.
• Com melhor controle de insetos que atacam as espigas, os grãos são menos danificados por fungos que produzem mico-
toxinas, substâncias causadoras de problemas sérios à saúde animal e humana.
• Outros genes Bt, como o Cry34Ab1, Cry35Ab1 e Cry3Bb1, produzem
proteínas que controlam larvas, como a larva-alfinete, que ataca as raízes.
• Genes que conferem às plantas tolerância aos herbicidas à base de glifosato, glufosinato e imidazolinona também têm sido amplamente pesquisados e inseridos em milho.
• Em vários países já estão sendo cultivados híbridos de milho com genes combinados, como o de resistência à praga e o de tolerância a herbicida.
Futuro
• Genes estão sendo incorporados ao cereal para aumentar a estabilidade e a produtividade das plantas de milho, por meio de tolerância à seca e resistência a doenças.
• Estão em andamento pesquisas com genes que melhoram a qualidade nutritiva do grão, conferindo aumento do teor de aminoácidos essenciais, como a lisina.
• Também estão sendo estudados genes que melhoram a composição de proteínas, aumentando a solubilidade no trato digestivo e a absorção de minerais pelos suínos.
• Recentemente, os cientistas vêm trabalhando no isolamento de genes visando a melhor conversão de amido do milho em álcool.

7

Biotecnologia

Benefícios do milho GM
A aplicação da Biotecnologia no melhoramento do
milho permite adicionar novas características à planta, dando origem a híbridos que apresentam vanta-
gens competitivas em comparação com o cereal convencional. Em países como Estados Unidos, Canadá
e Argentina, produtores vêm colhendo tais benefícios há muito tempo, já que há mais de 10 anos variedades GM estão sendo cultivadas e comercializadas.


O cientista
transfere apenas os genes de
interesse que
expressam uma
característica
específica

8
MILHO • TECNOLOGIA DO CAMPO À MESA


Confira algumas das
vantagens já conhecidas
proporcionadas por
diferentes cultivares
de milho transgênico
• Maior rendimento por hectare - redução da
perda em razão da menor incidência de pragas
• Diminuição do número de aplicações de agroquímicos e, em conseqüência disso, economia de combustível nos equipamentos e redu-
ção na emissão de poluentes
• Baixa incidência de micotoxinas no milho resistente a pragas (substâncias tóxicas derivadas da contaminação da espiga por fungos) em comparação com híbridos convencionais
• Contribuição para o controle de plantas daninhas
• Redução no dano causado por insetos-pra-
gas
• Melhoria do sistema radicular (raiz) do milho resistente a pragas do solo com conseqüente redução do tombamento das plantas

Segurança ambiental
Fluxo Gênico

Trata-se da passagem do material genético

de uma planta para outra por meio da dis-
persão do pólen ou polinização cruzada.
A dispersão do pólen de uma planta para outra e sua conseqüente fecundação vem sendo muito bem estudada pelos cientis-
tas há muitos anos, em virtude do interes-
se pelo conhecimento dos efeitos da troca de genes entre as plantas.
São inúmeros os trabalhos científicos, al-
guns deles bem recentes desenvolvidos na
Europa, nos Estados Unidos e em outros
países, que comprovam a possibilidade de
convivência de diferentes lavouras de mi-
lho convencionais, transgênicas e orgâni-
cas, com isolamento espacial médio de 200
metros, dependendo do local de plantio.

Mas, vamos aos fatos:
• O fluxo gênico não é uma questão ex-
clusiva dos transgênicos e tem sido estu-
dado desde o início da produção de se-
mentes híbridas de milho. Num campo de
produção de híbridos, as sementes gera-
das têm a sua identidade claramente de-
terminada e preservada. Isso é obtido por
isolamento do campo de produção, de
modo que o pólen de plantas da vizinhan-
ça não consiga fecundar plantas da área
isolada. Até mesmo os índios já o pratica-
vam há milhares de anos
• Nos EUA, maior produtor de milho do
mundo, o isolamento reprodutivo é feito
por distâncias de 200 metros, em média.

• Agricultores de países localizados em
regiões tropicais e subtropicais, como o
Brasil, têm a vantagem de impedir o fluxo
gênico usando não só distâncias mínimas
entre as lavouras como também ao apli-
car o isolamento temporal, ou seja, fazen-
do plantios com diferença de cerca de 30
dias da emergência de outro milho qual-
quer.
• Isso porque uma lavoura de milho flo-
resce, em média, por um período de sete
dias, dependendo, principalmente, da tem-
peratura e da umidade relativa. E a viabi-
lidade do grão de pólen, em média, é de
24 horas, variando de acordo com as con-
dições ambientais.

Estudos científicos
comprovam que essa
separação, além de
preservar a
biodiversidade, é
suficiente para que a
presença adventícia
(ocorrência não-
intencional de
cruzamentos de
diferentes variedades) seja de 0,5%, nível
aceito para plantas
ainda não aprovadas na
União Européia, que tem
uma das
regulamentações mais
restritivas do mundo.


Há muitos estudos
sobre a dispersão de
pólen e plantas GM?

Sim. O assunto é alvo de diversos estudos em todo o
mundo, feitos por cientistas das mais importantes
universidades. Um dos mais recentes e esclarecedores
foi concluído em 2004. Os pesquisadores Ma, B.L.,
Fubeti, K. D.e Reid, L.M., do Eastern Cereal and
Oilseed Research Center, do Canadá, mostraram que,
com o milho Bt, a taxa de dispersão depende da
distância da fonte de pólen, da direção do vento e
da coincidência da saída do pólen com a emissão
das bonecas (estilo-estigmas) das espigas. A porcentagem de cruzamento foi menor que 1% dentro de
uma distância de 28 metros, na direção do vento, e
de 10 metros, na direção oposta. Por isso, os autores recomendaram uma distância de 200 metros de
plantas GM, bem como de parentes selvagens do
cereal, para impedir a ocorrência de presença adventícia

9

Segurança alimentar

Testes e avaliações
A análise de segurança do milho GM não é diferen-
te de outros produtos derivados da aplicação da Biotecnologia. Cada um deles é extensivamente avaliado no que diz respeito à segurança alimentar, com base em protocolos reconhecidos internacionalmente por instituições de alta credibilidade, a exemplo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Food and Agriculture Organization (FAO).
Individualmente, as cultivares de milho GM são submetidas a testes que vão considerar características
como toxicidade, potencial alergênico e composição.
As avaliações são realizadas em diferentes estágios,
caso a caso, desde o início do desenvolvimento da
planta em laboratório, seguido pela fase de experimentos em campo até a conclusão dos trabalhos.
Ou seja: o produto só é colocado no mercado se for
tão seguro quanto sua variedade convencional.
Vale ressaltar que o milho GM resistente a insetos é
considerado seguro para o consumo humano e animal, pois é altamente específico para o inseto-alvo.
Da mesma forma ocorre com o milho GM tolerante
a herbicidas, cujo gene inserido também é específico para plantas e, portanto, não provoca nenhum
efeito adverso no organismo animal ou humano.

10
MILHO • TECNOLOGIA DO CAMPO À MESA


Micotoxinas

O milho Bt se caracteriza pela inserção de
um gene da bactéria Bacillus thuringiensis
(Bt), o que faz a planta produzir uma proteí-
na tóxica para determinados insetos, redu-
zindo os ataques em até 90% e diminuindo,
assim, a probabilidade de crescimento de
fungos. Pesquisas feitas no País e no exterior
mostram que o milho Bt reduz a presença de
Aspergillus micotoxinas quando comparado ao milho
convencional.
As micotoxinas são substâncias resultantes
do metabolismo dos fungos que crescem nos
alimentos, quando em condições de umida-
de do produto, umidade relativa do ar e tem-Fusarium peratura ambiente favoráveis. As mais conhe-
cidas são as aflatoxinas, derivadas do
Aspergillus - fungo que contamina o milho
armazenado, muito comum no Brasil em ra-
zão do clima tropical -, e do Fusarium, que
se desenvolve sobre milho, trigo e cevada,
entre outras culturas. O Fusarium produz mais
Amostra de milho de 100 micotoxinas diferentes, umas mais
contaminado com aflatoxina tóxicas que outras. De qualquer maneira, es-
sas substâncias são danosas para o homem
e para os animais, pois agem diretamente no
fígado. Elas inibem a síntese de proteínas,
causando queda no nível de anticorpos e
enzimas e provocando lesões e hemorragias
que podem levar ao câncer e à morte.
As principais condições que levam os fungos
a produzir micotoxinas são a deficiência no
armazenamento dos grãos (umidade e tem-
peratura), a maior permanência das lavouras
no campo e o ataque de insetos. No caso do
milho, um dos cultivos mais afetados, o inseto perfura a espiga e abre caminho para que
o fungo se instale e se desenvolva. Cerca de
45% do milho produzido no Brasil é conta-
minado por micotoxinas.



Milho transgênico no Brasil
Em que estágio estão as aprovações?

Como se sabe, a autorização para pesquisa e comercialização de plantas transgênicas é dada, no Brasil, pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) - www.ctnbio.org.br -, órgão do Mi-
nistério de Ciência e Tecnologia.
Em outras palavras, a CTNBio é responsável pela
análise e aprovação de experimentos de plantas
transgênicas no laboratório, em casa de vegetação
e no campo.
É por intermédio desses estudos que instituições
públicas e privadas coletam informações que demonstram a segurança ambiental e alimentar das
plantas GM, caso a caso, e evidenciam que são tão
seguras e nutritivas quanto as convencionais.
Essas informações dão subsídios para a CTNBio autorizar ou não o cultivo do produto no País.
Após a aprovação da CTNBio, os dados agronômicos do híbrido geneticamente modificado são sub-


Eventos que aguardam liberação comercial pela CTNBio
MILHO
Característica adquirida
• Tolerância ao herbicida glufosinato de amônio
• Resistência a insetos da ordem Lepidóptera (lagartas)
• Tolerância ao herbicida glifosato

Em vários países, da cultivar. Após o registro, o milho GM poderá ser
como Canadá e produzido nas regiões indicadas pelo zoneamento
Argentina, o agrícola, estabelecido pelo Ministério da Agricultu-
produtor já está ra, órgão responsável também pela fiscalização das
plantando milho pesquisas de campo.
com dois genes
combinados; nos
EUA, os agricultores
já utilizam cultivares
com três
características
combinadas; no

metidos ao Ministério da Agricultura para registro   Brasil, entretanto,
ainda não foi liberado
nenhum evento

Cultivares de milho GM já plantadas no mundo
Tolerância ao herbicida glufosinato de amônio Argentina, Austrália, Canadá, Japão e EUA
Tolerância ao herbicida glifosato Argentina, Canadá, Japão, África do Sul e EUA
Resistência a Lepidópteros Japão, EUA, Argentina, Canadá, alguns países
(ex. broca européia do colmo, lagarta-do-cartucho) da União Européia, Filipinas, África do Sul
Resistência a Coleópteros (ex. larva-alfinete) Canadá, Japão e EUA
Resistência múltipla a Lepidópteros (ex. broca européia do colmo, Canadá, Japão e EUA
lagarta-do-cartucho) e a Coleópteros (ex. larva-alfinete)
Resistência a Lepidópteros (ex. broca européia do colmo, União Européia, Canadá, Japão e EUA
lagarta-do-cartucho) e tolerância ao herbicida glifosato
Resistência a Coleópteros (ex. larva-alfinete) e tolerância ao herbicida glifosato Canadá, Japão e EUA
Resistência a Lepidópteros (ex. broca européia do colmo, Argentina, Canadá, Japão (teste), alguns países
lagarta-do-cartucho) e tolerância ao herbicida glufosinato de amônio da União Européia (teste), Uruguai e EUA
Resistência múltipla a Lepidópteros (ex. broca européia do colmo, Canadá, Japão e EUA
lagarta-do-cartucho) e a Coleópteros (ex. larva-alfinete) e tolerância ao herbicida glufosinato de amônio
Macho-esterilidade e tolerância ao herbicida glufosinato de amônio Canadá e EUA

Larva-alfinete (Diabrotica spp.) - inseto da ordem das Coleópteras
Broca européia do colmo (Ostrinia nubilalis) - inseto da ordem das Lepidópteras
Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) - inseto da ordem das Lepidópteras

Fonte: AGBIOS e ISAAA, 2006


11




Milho transgênico no Brasil
Entraves - situação
atual das avaliações
na CTNBio
• Várias solicitações para liberação no meio ambi-
ente com fins de pesquisa e liberação comercial estão em análise na CTNBio. Dentre elas, algumas ca-
racterísticas que conferem ao milho a resistência ao
ataque de pragas (p.ex. milho Bt) e a tolerância a
herbicidas (p.ex. glifosato e glufosinato de amônio).
• Muitas dessas liberações ainda estão sem parecer
técnico conclusivo da CTNBio e sem data prevista
para análise. Isso prejudica o planejamento de pesquisas de instituições públicas e privadas que enca-
minharam solicitações.
• Empresas públicas e privadas que mantêm linhas
de pesquisa com milho transgênico estão impossibilitadas de gerar dados, oriundos das pesquisas, para
solicitar a liberação comercial e para informar os produtores e técnicos do setor agrícola.
• Liberações comerciais estão aguardando pareceres técnicos da CTNBio. Existem casos que foram encaminhados em 1998 e ainda não foram avaliados.
• Muitas das solicitações para pesquisa e/ou liberação comercial na CTNBio referem-se a produtos já
comercializados há vários anos em outros países.
• Esses fatos colocam o produtor brasileiro numa
condição de inferioridade tecnológica e em risco a
sua própria competitividade. Em muitas regiões do
Brasil, os agricultores chegam a usar várias aplicações de agroquímicos só para controlar a lagarta-
do-cartucho.
• O milho Bt, além da vantagem de evitar
muitas pulverizações de agroquímicos contra
as pragas-alvo da cultura, apresenta benefí-
cios para o meio ambiente: economia de combustível e preservação de insetos não-alvo,
inimigos naturais e agentes polinizadores,
pelo fato de ser altamente específico para a
praga-alvo.

12
MILHO • TECNOLOGIA DO CAMPO À MESA


Potencial brasileiro
A importância técnica e econômica do milho

O milho é a terceira cultura mais cultivada no mundo. No Brasil, são colhidos em média 12 milhões de hectares a cada safra, o que coloca o país como o terceiro no ranking mundial de área colhida.
Além da sua importância econômica como principal
componente na alimentação de aves, suínos e bovinos, o milho cumpre papel técnico importante para
a viabilidade de outras culturas, como a soja e o algodão, por meio da rotação de culturas, minimizando
possíveis problemas como nematóides de galha,
nematóide de cisto e doenças como o mofo branco
e outras, dando sustentabilidade para diferentes sistemas de produção em muitas regiões agrícolas do
Brasil e do mundo.


Produção brasileira (milhões de toneladas)
Produção de grãos 2005 2006 (previsão)
MILHO 35,0 41,3
Fonte: Sindirações

Ranking da área colhida de milho no mundo
(em mil hectares)
EUA UE
• 28.710 • 6.035
• 29.798 • 6.383
• 30.395 • 5.840








México
• 7.690














A Biotecnologia é uma forte
aliada dos
programas de
melhoramento
convencional





China
• 24.068
• 25.446
• 26.200

Híbridos GM
• Particularmente para o pequeno agricultor, o mi-
lho GM pode trazer benefícios bastante evidentes no tocante ao aumento de produtividade e à quali-
dade de grão, maior flexibilidade no manejo da cul-
tura, diminuição do número de aplicações de inseticidas e herbicidas convencionais, o que pode con-
tribuir para o crescimento da produção e, conseqüentemente, das exportações, ranking no qual o Brasil figura, ainda, em nono lugar.
• Além disso, criadores de porcos e frangos, por exemplo, poderão reduzir a quantidade de antibióticos administrados para o tratamento dos efeitos nocivos das micotoxinas nesses animais, já que tais substâncias, no milho GM resistente a insetos-pragas, têm incidência mais baixa em comparação com variedades convencionais.
• Algumas cultivares de milho GM têm maior capacidade de absorção de nutrientes do solo, caracte-
rística determinada por um gene (fitase) que reduz a ação de antinutrientes (ácido fítico) na planta. Da mesma forma, tais cultivares podem ajudar não ape-
nas na nutrição animal - já que a fitase bloqueia a ação do ácido fítico, promovendo a absorção de minerais pelo metabolismo animal - como também na conseqüente redução de compostos tóxicos (ni-
trato e fosfato) em dejetos animais.
• Com a crise energética mundial, a importância
do milho cresceu muito em razão de programas
como os do biodiesel e do etanol. Surge, assim, uma
grande oportunidade para que o Brasil definitivamente ingresse como um grande país exportador
desse cereal, considerando que os Estados Unidos,

• 7.755 Brasil Índia • Safra 2003/4 o maior exportador para o mercado internacional,
• 7.200 • 12.822 • 7.420 • Safra 2004/5 irão consumir parte significativa de sua produção
• 12.089 • 7.000 • Safra 2005/6 para a indústria do álcool. Para se ter uma idéia, os
• 12.673 • 7.200 (previsão) EUA dedicarão em 2006 cerca de 54,6 milhões de
toneladas de milho para tal finalidade, de um total
Fonte: Abimilho
de 272,8 milhões de toneladas.

13



Milho e seus derivados
Alimentação humana
Muito energético, o milho traz em sua composição
vitaminas A e do complexo B, proteínas, gorduras,
carboidratos, cálcio, ferro, fósforo e amido, além de
ser rico em fibras. Cada 100 gramas do alimento
tem cerca de 360 Kcal, sendo 70% de glicídios, 10%
de protídeos e 4,5% de lipídios.
O milho pode receber genes para alterar a composição química de carboidratos, proteínas e aminoácidos
e produzir variedades com finalidades especiais. Alguns genes, quando inseridos no milho comum, po-
dem bloquear a síntese de amido e acumular açúcar
nos grãos, dando origem ao milho doce, ideal para
consumo “in natura” e enlatamento. Outros genes
podem modificar a fração do amido no milho co-
mum, dando origem a variedades amplamente utilizadas na indústria de alimentos.
Exemplos de pratos à
base de milho, típicos da
culinária brasileira.
14
MILHO • TECNOLOGIA DO CAMPO À MESA

É por isso que:
• O milho pode suprir boa parte das ne-
cessidades nutricionais da população,
além de ser excelente complemento ali-
mentar, “in natura” ou em forma de fari-
nha de milho, fubá, canjica, polenta,
cuscuz e outras.
• Além das fibras, o grão de milho é cons-
tituído de carboidratos, proteínas, vitami-
nas (complexo B), sais minerais (ferro, fós-
foro, potássio e cálcio), óleo e grandes
quantidades de açúcares, gorduras, celu-
lose e calorias.
• Maior que as qualidades nutricionais
do milho, só mesmo sua versatilidade para
o aproveitamento na alimentação huma-
na. Ele pode ser consumido diretamente
ou como componente para a fabricação
de balas, biscoitos, pães, chocolates, ge-
léias, sorvetes, maionese e até cerveja.
• Atualmente, somente cerca de 15% de produção nacional se destina ao consu-
mo humano, de maneira indireta na com-
posição de outros produtos.
Alimentação animal
O milho é o principal componente da dieta animal:
participa com mais de 60% do volume utilizado na
alimentação animal de bovinos, aves e suínos. O milho assegura a parte energética das rações.
Combinados com outros ingredientes, o milho permite ajustar a  formulação de rações específicas para
a dieta balanceada de acordo com o tipo e a destinação dos animais, a exemplo de suínos em geral,
leitões, matrizes, aves poedeiras ou de corte, gado
leiteiro ou de corte.
O milho pode ser processado e utilizado por dois
principais processos (seco e úmido) para produção
de produtos como: farelo de milho moído, farelo de
gérmen de milho peletizado, farinhas pré-gelatinizadas, milho em grãos, fubá grosso, glúten de mi-
lho, farelo de glúten de milho e farelo de milho.
Além das rações, o milho pode ser utilizado na forma de silagem de planta inteira, para uso em bovinos, e de grão úmido, para uso, principalmente, em
suínos.

Outras utilizações do produto
• O milho hidratado serve como meio de fermentação para a produção de penicilina e estreptomi-
cina, além de outras aplicações no campo farmacêutico.
• O xarope de glicose de milho é usado na fabricação de cosméticos, soluções medicinais, graxas e resinas.
• Já nas fábricas de aviões e veículos, os derivados de milho são utilizados nos moldes de areia
para a fabricação de fôrmas e peças fundidas.
• Também na extração de minério e petróleo o milho está presente, assim como em outras áreas pouco divulgadas, como as de explosivos, baterias elétricas, cabeças de fósforo, etc.
• Além disso, os amidos de milho entram na formulação de produtos de limpeza, filmes fotográficos, plásticos, pneus de borracha, tintas, fogos de artifício, papéis e tecidos.

Além do uso em rações

animais, substâncias
presentes no milho também
são empregadas em
produtos como papéis,
fósforos e borrachas.
Demanda de milho para alimentação animal em 2005 (de um total de 35 milhões de toneladas)

Avicultura Suinocultura Bovinocultura Outros Totais
Corte Postura Corte Leite
14,8 2,4 7,9 0,494 1,2 0,661 27,6


Como cultivar milho hidropônico para alimentação animal.

No cultivo do milho hidropônico, para alimentação animal, é usado um material vegetal seco como substrato. A  hidroponia  é usada par...